São Paulo, domingo, 20 de setembro de 1998

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TV, CINEMA & TEATRO
Atriz é a Branca Bela de "Serras Azuis", a Tira do filme "Kenoma", e a Yelena da peça "Tio Vânia"
Mariana Lima se divide em três

ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local

A atriz paulistana Mariana Lima não consegue esconder sua timidez. Retraída, um pouco desconfortável, se define como estudiosa e concentrada. O resultado dessas qualidades: ela está em todos os lugares.
Aos 26 anos, com formação teatral diversificada, dois filmes e duas novelas, ela pode ser vista nos três veículos. No teatro, na peça "Tio Vânia", em cartaz no Rio, com o ator e diretor Renato Borghi.
No cinema, ela é a camponesa Tira, que se envolve com um forasteiro no filme "Kenoma", de Eliane Caffé. Por fim, na TV, ela interpreta a doce Branca Bela, que vive um amor proibido com um padre na novela "Serras Azuis".
"No teatro o ator é a coisa mais importante. Na TV a história está acima do ator. E, no cinema, a câmera é que é o centro de tudo", define.
O resultado de estar em todo lugar, do meio mais elitista ao mais popular, é ser reconhecida nas ruas, o que ainda a deixa um pouco confusa.
"O artista precisa do anonimato. Só assim ele consegue observar as pessoas, ver como elas falam, como agem. Com a fama você não consegue mais fazer isso", diz.
A trajetória de Mariana não foi tortuosa, mas foi "acontecendo, sem voracidade", como ela mesmo ressalta. Ela começou aos 16 anos, quando trabalhou com a companhia do diretor Marinho Piacentini e fez uma excursão pela América Latina.
Foi para Nova York. Lavou pratos, cuidou de cachorros, foi babá e garçonete. Tudo para pagar os cursos que desejava fazer.
Estudou na escola de teatro Lee Strasberg, uma das mais prestigiosas do mundo, mas o mais importante, segundo Mariana, foi a quantidade de arte com que ela pôde ter contato ao morar em Nova York.
Quando voltou ao Brasil, procurou novas oportunidades. Estudou com Maria Alice Vergueiro, do Ornitorrinco, e integrou o Teatro Oficina, de José Celso Martinez Corrêa.
Dali, saiu para trabalhar com Antônio Araújo, com quem fez "O Livro de Jó", que afirma ser a experiência de maior entrega que já teve como atriz.
Atuar no filme "Sábado", de Ugo Giorgetti e, a convite do diretor Luís Fernando Carvalho, que a descobriu em "O Livro de Jó", ganhou o papel de Liliana de "O Rei do Gado", onde aprendeu um pouco do trabalho com TV.
No ano passado, filmou "Kenoma", que a fez mergulhar no sertão de Minas Gerais e conhecer um outro modo de vida.
Depois de tantas idas e vindas, ao sabor das boas oportunidades que foram surgindo, Mariana tenta fazer planos, mas nada muito preciso.
"Eu quero fazer trabalhos de qualidade, voltar ao cinema ou atuar em projetos de menor duração, como minisséries. Tudo desde que não me afastem do teatro", conclui. (ALEXANDRE MARON)


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