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TV, CINEMA & TEATRO
Atriz é a Branca Bela de "Serras Azuis", a Tira do filme "Kenoma",
e a Yelena da peça "Tio Vânia"
Mariana Lima se divide em três
ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local
A atriz paulistana Mariana Lima não consegue esconder sua timidez. Retraída, um pouco desconfortável, se define como
estudiosa e concentrada. O
resultado dessas qualidades: ela está em todos os
lugares.
Aos 26 anos, com formação teatral diversificada,
dois filmes e duas novelas,
ela pode ser vista nos três
veículos. No teatro, na peça "Tio Vânia", em cartaz
no Rio, com o ator e diretor Renato Borghi.
No cinema, ela é a camponesa Tira, que se envolve com um forasteiro no
filme "Kenoma", de Eliane Caffé. Por fim, na TV,
ela interpreta a doce Branca Bela, que vive um amor
proibido com um padre na
novela "Serras Azuis".
"No teatro o ator é a coisa mais importante. Na TV
a história está acima do
ator. E, no cinema, a câmera é que é o centro de
tudo", define.
O resultado de estar em
todo lugar, do meio mais
elitista ao mais popular, é
ser reconhecida nas ruas, o
que ainda a deixa um pouco confusa.
"O artista precisa do
anonimato. Só assim ele
consegue observar as pessoas, ver como elas falam,
como agem. Com a fama
você não consegue mais
fazer isso", diz.
A trajetória de Mariana
não foi tortuosa, mas foi
"acontecendo, sem voracidade", como ela mesmo
ressalta. Ela começou aos
16 anos, quando trabalhou
com a companhia do diretor Marinho Piacentini e
fez uma excursão pela
América Latina.
Foi para Nova York. Lavou pratos, cuidou de cachorros, foi babá e garçonete. Tudo para pagar os
cursos que desejava fazer.
Estudou na escola de teatro Lee Strasberg, uma das
mais prestigiosas do mundo, mas o mais importante, segundo Mariana, foi a
quantidade de arte com
que ela pôde ter contato ao
morar em Nova York.
Quando voltou ao Brasil,
procurou novas oportunidades. Estudou com Maria
Alice Vergueiro, do Ornitorrinco, e integrou o Teatro Oficina, de José Celso
Martinez Corrêa.
Dali, saiu para trabalhar
com Antônio Araújo, com
quem fez "O Livro de Jó",
que afirma ser a experiência de maior entrega que já
teve como atriz.
Atuar no filme "Sábado", de Ugo Giorgetti e, a
convite do diretor Luís
Fernando Carvalho, que a
descobriu em "O Livro de
Jó", ganhou o papel de Liliana de "O Rei do Gado",
onde aprendeu um pouco
do trabalho com TV.
No ano passado, filmou
"Kenoma", que a fez
mergulhar no sertão de
Minas Gerais e conhecer
um outro modo de vida.
Depois de tantas idas e
vindas, ao sabor das boas
oportunidades que foram
surgindo, Mariana tenta
fazer planos, mas nada
muito preciso.
"Eu quero fazer trabalhos de qualidade, voltar
ao cinema ou atuar em
projetos de menor duração, como minisséries. Tudo desde que não me afastem do teatro", conclui.
(ALEXANDRE MARON)
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