São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 1998

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Ex-coroinha, artista virou repórter policial aos 16

da Reportagem Local

Foi com uma armação que Rodolfo Carlos de Almeida deu uma guinada em sua carreira: a invenção do personagem ET.
Na época, setembro do ano passado, Rodolfo trabalhava como repórter e produtor do "Ratinho Livre", na Record. Acabou convencendo seu vizinho Cláudio Chirinhan, então funcionário da Prefeitura de Osasco, a "ficar famoso, aparecendo na TV".
Durante alguns dias, Rodolfo levou uma caixa ao programa. Dizia que nela havia um ET. Quando a caixa foi aberta, o público acabou gostando do personagem, que ficou.
Com o parceiro, Rodolfo se mudou para o SBT, onde ganha R$ 20 mil mensais -ET recebe R$ 11 mil.
Também com Chirinhan, Rodolfo gravou um CD, que já vendeu 300 mil cópias, e se prepara para um segundo. A dupla faz uma média de 12 shows por mês, com cachês de R$ 15 mil, e virou marca de produtos.
Rodolfo, que até seis meses atrás morava em um apartamento em Osasco, vive agora em uma casa no condomínio Aldeia da Serra, em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo.
O artista também comprou uma casa em Peruíbe e ostenta na garagem uma perua Gran Caravan, da Chrysler, com película nos vidros e logotipo do SBT no pára-brisas -"para furar comandos".
A Gran Caravan tem placas ETN-1970. Na garagem, também há uma moto, placas ETT-1970 (os números são o ano de seu nascimento). Fascinado pelo tema, Rodolfo tem quatro ETs de brinquedo.

Coroinha
Filho de escrevente de cartório e dona-de-casa, Rodolfo tem três irmãos e vem de uma família muito grande. Seu avô, Altimimo Ribeiro de Almeida (mesmo nome do seu pai), que ganhava a vida como o palhaço Pirulito, teve 26 filhos -18 estão vivos.
Rodolfo foi coroinha de igreja durante sete anos. Seus pais queriam que ele fosse padre. "Eu frequentei o seminário durante duas semanas e fugi pela janela", diz.
Sua mãe, Antonia da Penha de Almeida, 48, conta uma história diferente. "Ele apenas fez testes vocacionais para ser padre durante dois fins-de-semana, mas viu que não era o que queria", lembra.
Depois de fazer bicos como vendedor de água sanitária, Rodolfo, aos 16 anos, foi trabalhar como repórter policial do "Diário de Osasco".
Trabalhou também em rádios populares e foi produtor do "Aqui Agora", no SBT, no qual gravava reportagens policiais para Gil Gomes. "Eu entrevistava os bandidos e depois, na emissora, faziam uma colagem com a imagem do Gil Gomes."
Em 96, depois de uma nova passagem pelo "Diário de Osasco", Rodolfo voltou para a TV, no "190 Urgente!". (DC)



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