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A atriz Ana Paula Arósio, em cena de "Hilda Furacão"

Minissérie que estréia nesta quarta na Globo, narra história de mulher corrompida

RUI DANTAS
da Reportagem Local

O que leva "uma moça de família" da aristocracia mineira a abandonar tudo e se prostituir? Essa é a questão central da minissérie "Hilda Furacão", que a Globo exibe a partir da próxima quarta, dia 27, às 22h50.
"Hilda Furacão" narra a vida da jovem socialite Hilda Muller, a personagem-título que, aparentemente sem razão plausível, adota a vida promíscua.
Baseada no romance homônimo de Roberto Drummond, 59, a minissérie foi adaptada pela autora Glória Perez, 47, e esticada para 31 capítulos.
O roteiro de "Hilda" vai também estar contextualizado na efervescência política da época, os anos 60,segundo a autora.
A trama se inicia no dia 1º de abril de 1959 e se encerra no dia 1º de abril de 1964, um dia após ao golpe militar.
Glória priorizou, no entanto, o aspecto romântico da obra. Os dados históricos serviram "como pano de fundo", segundo ela.
"Eu pincei acontecimentos que ocorreram em várias partes do Brasil na época e trouxe para Belo Horizonte, onde se passa a história", explica.
Assim, o golpe em si, as disputas entre esquerda e direita estarão retratados na série. Mas os amores de Hilda e o envolvimento dela com frei Malthus têm maiores proporções.
Para retratar a década de 60, Glória revela que contou com a ajuda de vários militantes do período. Entre eles, destaca-se o ator Mário Lago, que era filiado ao Partido Comunista.
O ex-militante comunista Apolônio de Carvalho também prestou assessoria à autora.
"Ele vivenciou e me explicou os acontecimentos da Cinelândia durante o golpe, que eu também transpus para Minas."
A minissérie é contada a partir da perspectiva de três narradores: Roberto Drummond (Danton Mello), frei Malthus (Rodrigo Santoro) e Aramel, o Belo (Thiago Lacerda).
Amigos de infância, os três saem da pequena cidade de Santana dos Ferros (interior de Minas) e vão viver em Belo Horizonte.
Lá, o trio se encanta com a beleza de Hilda, que nesse momento ainda é a recatada socialite.
Destinada a se casar com um homem da sociedade -e a ter uma cômoda vida infeliz-, ela muda todos os planos, depois de visitar uma cartomante.
A vidente afirma que ela vai mudar seu destino e se envolver com o homem que achar um de seus sapatos na rua. É óbvio que o truque do roteiro é inspirado em "Cinderela".
No dia de seu casamento, Hilda abandona a igreja e, vestida de noiva, foge para a zona boêmia de Belo Horizonte. Lá, a personagem se hospeda no Maravilhosos Hotel, e, a partir daí, ela "cai na vida".
Hilda encontra, então, o seminarista Malthus, o santo. A prostituta se apaixona por ele, que passa a conviver com o dilema de seguir ou não o voto de castidade.



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