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Exército boicotou série, diz autor
da Reportagem Local
O autor do livro "Hilda
Furacão", Roberto Drummond, 59, afirma que a
produção da minissérie foi
boicotada pelo comando
do Exército no Estado de
Minas Gerais.
Segundo Drummond,
que intercedeu pessoalmente junto à divisão militar de Minas, em favor da
produção da série, todos
os seus pedidos foram negados.
Para retratar a época e o
contexto histórico, o diretor de "Hilda", Wolf Maya, queria colocar tanques
de guerra nas ruas, como
ocorreu em 1964.
Os armamentos e outros
objetos, no entanto, foram
negados pelo Exército.
"A resposta que eu obtive de um general foi: "Você escreve uma minissérie
sobre uma prostituta e sobre um padre que trai seus
juramentos e quer envolver as Forças Armadas?'"
O autor não soube precisar o nome do oficial que
lhe negou os objetos.
Drummond, que militou
durante o período histórico retratado em "Hilda
Furacão", disse que se
sentiu "voltando aos tempos do regime militar".
"O general tinha um resumo do livro e me perguntou por que frei Malthus não se encontrava
com Hilda, no fim da história", relata.
"Eu respondi que o Malthus tinha sido preso por
subversão. Ele retrucou:
"Mas aqui em Minas ninguém foi preso por subversão'", conta o autor.
A Folha procurou o Centro de Comunicação Social
do Exército, em Brasília,
que disse não ter recebido
nenhum pedido oficial da
produção da minissérie.
(RUI DANTAS)
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