São Paulo, Domingo, 25 de Abril de 1999
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Projetos disputam vaga na Globo

ANNA LEE
da Sucursal do Rio

A Rede Globo tem muitos projetos para sua programação, mas poucas definições. "MegaTom", "Aconteceu", "D'Artagnan", "Linha Direta", "Brasil TV" são alguns dos programas que, em fases diferentes de produção, estão previstos para entrar na programação.
O que nem mesmo as equipes sabem informar é em que dia e horário as atrações irão ao ar.
Isso seria, segundo a Central Globo de Comunicação, consequência de uma estratégia que visa "estar constantemente avaliando novos produtos, visando desenvolver idéias e formatos, sem que implique necessariamente colocar no ar esses produtos, que podem ser exibidos ou não, em razão de fatores como adequação, interesse, oportunidade, disponibilidade da grade ou estratégia de programação".
O fato é que, desde o final de 97, quando José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, deixou o comando da área de criação, a diretora-geral, Marluce Dias da Silva, resolveu mudar a estratégia da emissora.
Deixou de fazer um único lançamento de novos programas para fazer estréias ao longo do ano.
Em nome de uma TV mais dinâmica e adequada aos tempos de acirramento da disputa pela audiência e do estabelecimento da TV paga, a emissora abandonou a estratégia que transformou a Globo em líder de audiência: a constância de uma grade de programação que criava hábito nos telespectadores.
Justificativa para a mudança: "Por fazermos televisão para o coletivo, temos que satisfazer todos os públicos, com programas que atinjam as mais diversas idades e segmentos".
Resultado: os mais diversos tipos de programas estão sendo cogitados -alguns, inimagináveis na Globo, até há pouco tempo. Isso faz parecer que a variedade tem mais a ver com a disputa pela audiência do que com a satisfação dos telespectadores.
Exemplo: "Linha Direta", programa apresentado pelo jornalista Marcelo Resende que contará histórias policiais e bizarras, nos moldes da entrevista com o "maníaco do parque", no "Fantástico", em 98. Terá linha 0800 e e-mail para o público.
A atração faria frente ao "Programa do Ratinho" (SBT), que muitas vezes tem ganho da Globo a disputa pela audiência, e ao "Leão Livre", da Record. A estréia deveria ter sido em março, mas o formato ideal não foi definido.
Na área de jornalismo também existe o projeto do telejornal "Brasil TV", com Ernesto Paglia, que seria exibido durante a semana no final da tarde, no lugar de "Malhação".
Esse é o horário para o qual mais projetos têm sido cogitados, entre eles um programa de Zeca Camargo com entrevistas nos moldes das que faz com jovens no "Fantástico".
Também para os adolescentes está sendo preparada a série "D'Artagnan", baseado na adaptação teatral que os atores Marcelo Faria e Pedro Vasconcelos fizeram para a obra de Alexandre Dumas.
A gravação de três pilotos terminou semana passada. Agora, espera-se "um momento oportuno" para colocar a atração no ar. Se fizer sucesso, pode até virar seriado.
Outros nomes estariam sendo pensados para esse horário, como o de Luciano Huck, da Bandeirantes, e o de Ana Maria Braga, ex-Record. Essa faixa pode ter ainda uma atração comandada pelo padre Marcelo Rossi, que negocia com a Globo.
Nesta semana, entra em fase de pré-produção o programa "Aconteceu" -um tipo de "Caso Verdade", que já foi apresentado pela emissora e dramatizava histórias reais. A direção foi entregue a Herval Rossano.
Para o público infantil está sendo estudada uma versão do programa "Essa Gente Inocente", que nos anos 60 foi apresentado na TV Tupi, sob direção de Wilton Franco.
Ainda há a possibilidade de voltar à tela da Globo o seriado "Carga Pesada", que nos anos 80 fez sucesso com os caminhoneiros interpretados por Antônio Fagundes e Stênio Garcia.


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