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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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"Durval" deixa seus velhos discos e vai fazer novela na TV Globo

Marlene Bergamo/Folha Imagem
O ator Ary França, que está em "Durval Discos" e vai ser vilão em "Chocolate com Pimenta"


FERNANDA DANNEMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

DURVAL, quem diria, foi parar no Projac! O ator Ary França, 45, protagonista do filme "Durval Discos", ao lado de Etty Fraser, está se preparando para seu maior papel numa novela: em agosto estréia como o vilão Epaminondas, ao lado de Elisabeth Savalla -que será Jezebel, sua patroa-, em "Chocolate com Pimenta", de Walcyr Carrasco, que substituirá "Agora É que São Elas".
"Vamos fazer muitas maldades na cidadezinha serrana dos anos 20", diz ele, animado. "Começamos a gravar em julho, e a novela vai de agosto a abril. Estou ansioso, porque na TV fui subaproveitado e ainda não fiz nada de grande nota", afirma.
Só agora, depois de "Durval Discos", França está se tornando mais conhecido do público, mas ele participou dos longas "Ed Mort", "O Xangô de Backer Street" e "Amor e Cia.".
Na TV, seu rosto não é novo: já fez mais de cem comerciais. "Quando comecei, não precisava ser famoso, bastava o talento para vender alguma coisa". A única novela da qual participou foi "Andando nas Nuvens" (Globo), em 1999, com um personagem esquizofrênico do qual nem lembra o nome. "Entrei no fim, não deu nem para sentir o gosto", diz.
Ainda na Globo, participou de "Comédia da Vida Privada" -"mas foi justamente do último episódio". Depois, integrou quadros de "Domingo Legal", nos primórdios das pegadinhas. "Eu fazia umas brincadeiras legais e inocentes com as pessoas nas ruas", afirma.
Mas o forte de França é o teatro, que faz há mais de 20 anos, e que o levou a participar do grupo Onintorrinco, de Cacá Rosset.
Nessas duas décadas, fez mais de 20 peças, dirigiu cinco, fundou uma companhia teatral na sala de casa, viajou o país com Marco Nanini no sucesso "O Burguês Ridículo" e atualmente dirige "Ao Incêndio Sob a Chuva Rala", no teatro João Caetano, em São Paulo.
Sua última experiência televisiva foi no SBT, no infantil "Disney Cruj", onde interpretou o pasteleiro Aracleto durante dois anos. "Eu adorava trabalhar lá, aprendi muito com as crianças. Mas as quedas no investimento cortaram o programa. Desde dezembro eu estava sem emprego, com o fundo de garantia se esvaindo e a máfia e a Yakuza no meu calcanhar. Então, o convite da Globo me salvou", brinca.
Satisfeito com o vilão "com toques cômicos" que vai interpretar, ele, que diz não ter preferências pela comédia, também não está preocupado com possíveis estereótipos. "Se criar um tremendo estigma e ficar na cabeça das pessoas, vou ficar contente. Se eu virar mania, depois saberei acabar com isso, porque não nasci ontem", diz.
Enquanto não chega a hora de ficar na ponte aérea -porque ele não pretende se mudar para o Rio-, França relaxa viajando com "Durval", a que já assistiu mais de dez vezes, e termina o longa "Por um Fio", ao lado de Chico Anysio.


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