|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA EM CARTOON
VMB 2000 terá categoria só para os clipes de animação
MTV cria prêmio exclusivo para clipes em que as bandas de carne e osso cedem espaço a personagens de desenho animado
|
DA REPORTAGEM LOCAL
CLIPES que podem custar até inacreditáveis R$ 41 e que não precisam
necessariamente lidar com o estrelismo
de astros pop. Assim são os vídeos de
animação, tendência crescente no país
que ganhou até uma categoria própria
no Video Music Brasil deste ano, que
acontece em agosto.
São cinco indicados ao prêmio. Dois
deles usam 100% de animação. Os demais misturam cenas com os grupos e
trechos de desenho. O diretor Diego de
Godoy, autor de "O Vagabundo", da
banda Maria do Relento, diz ter buscado
uma alternativa criativa para fazer com
que o grupo contracenasse com os bonecos Ken e Barbie, que "atuam" no vídeo.
"Como tínhamos uma verba irrisória,
de R$ 7.000, e só dois dias de filmagem,
buscamos uma saída chamativa e econômica. Assim, fiz os integrantes do Maria
do Relento interpretarem vizinhos mal-humorados que reclamam de uma festa
no andar de cima, cujos convidados são
bonecos", conta Godoy.
A tal festa é do tipo "liberou geral". Há
jogatina, excessos alcóolicos e sexo no
corredor. Cenas que ninguém imaginaria protagonizadas pelos bem-comportados Barbie e Ken. No final, a polícia
chega, estragando a bacanal dos bonecos. A animação é intencionalmente tosca, conta Godoy. "Os bonecos foram manuseados por buracos cavados no chão."
Os demais concorrentes ao VMB usam
técnicas variadas. Outro vídeo constituído só de animações, "Suellen", do Flu
(projeto eletrônico de Flávio Santos, ex-De Falla), traz um desenho "trash", visivelmente inspirado no traço de Robert
Crumb. A animação segue os passos de
Suellen, uma gordinha cheia de espinhas
que, a despeito de sua aparência, alcança
status de top model, chegando às passarelas e às capas de revistas de moda.
"Criei tudo em casa. Fábio Zimbres
(cartunista da Folha) fez o cenário de
graça, desenhei tudo à mão, escaneei, colori e animei em meu computador. De
gastos, só tive R$ 41, o preço de uma fita
Beta", diz Allan Sieber, diretor do vídeo,
que atualmente prepara uma animação
para ser negociada com canais por assinatura, o "Negão Bola Oito Talk Show".
Recursos simples também foram a tônica no clipe "Na Dúvida, Atire", do grupo Radar Tantã. O diretor é o cantor da
banda, César Maurício. Para a animação,
que ocupa a metade do vídeo, ele usou
lápis comum e coloriu em computador,
com o programa Photoshop.
O diretor e artista plástico Sylvain Barré, autor de "O Que Aconteceu com Nosso Amor", com a cantora Andrea Marquee, utilizou técnicas mistas. Filmou a
cantora para, depois, pintar sobre sua
imagem com o software Painter. Em outros trechos, usou animação em 3D, tudo
criado em computador. Mas as imagens
parecem aquarelas feitas à mão. Atualmente, Barré prepara uma vinheta para a
MTV, cujo tema remeterá à Olimpíada
de Sydney. (BRUNO GARCEZ)
Texto Anterior: "Ilha Rá-Tim-Bum" educa com ecoaventura Próximo Texto: Clipe de 5 minutos do Charlie Brown Jr. foi feito em 2 meses Índice
|