"Sangue Novo" e "Os Saqueadores" provam boa fase do cinema inglês

FÁTIMA GIGLIOTTI
DA REDAÇÃO

VOCÊ é do tipo rato de locadora, aquele que garimpa entre os lançamentos bons filmes que passam batido entre o "blockbuster" e a revelação do mês? Então, aposte em "Sangue Novo", produção anglo-canadense com a estrela de "Matrix", Carrie-Anne Moss, o veterano John Hurt ("Alien") e Nick Moran, o apostador de "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes", talvez a grande revelação do cinema em 99. Não é apenas Moran o elo de ligação entre "Sangue Novo" e o filme de Guy Ritchie, atual namorado de Madonna e pai do segundo rebento da pop star. Ambos filiam-se à atual ótima safra do cinema inglês, combinam humor e crueldade (humor negro?) e contam a história de um crime imperfeito, por meio de roteiros originais e direção inventiva. Em "Sangue Novo", Moran interpreta um ladrãozinho de carros que se mete num projeto de "promoção" -o sequestro de um rico empresário- e acaba envolvido com criminosos da pesada. De alguma maneira brilhante, o filme constrói a seguinte situação: condenado à morte, o ladrãozinho arrisca a vida do pai para salvar a da irmã (que espera um doador de coração) e de seus parceiros. Mundo cão. Dá para ter uma idéia? Idéias não faltaram ao filho de Ridley Scott, Jake, em sua estréia com "Os Saqueadores", exibido nos cinemas como "Plunkett & Macleane". O jovem Scott transportou a arte do crime para a Inglaterra do século 18, diz-se, inspirado em dois ladrões da época que viraram lenda. Robert Carlyle e Jonny Lee Miller (de "Trainspotting") são o cerebral Plunkett e o sedutor Macleane. A dupla age como um Robin Hood em proveito próprio, numa antiga Inglaterra impecavelmente reconstituída e fotografada, embalada pelo mais moderno pop. Os crimes de "Sangue Novo" e "Os Saqueadores", pelo menos para o cinema, compensam.