São Paulo, domingo, 25 de outubro de 1998

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MAKING OF

Modelos simulam sexo oral no novo clipe de Ivo Meirelles

da Reportagem Local

O nome do clipe é "Boquete", e na cena de abertura a modelo Marinara Costa insinua uma proposta de sexo oral ao cantor Jorge Benjor. Assim começa o novo vídeo de divulgação de Ivo Meirelles e o Funk'n Lata, mas nem tudo é o que parece.
A abertura traz Marinara, no bar Mistura Fina (na Lagoa, zona sul do Rio) sendo servida por Bacalhau, integrante da banda Planet Hemp. Benjor chega e a modelo pede a ele que lhe "pague uma".
O cantor sinaliza para Bacalhau, que traz uma bebida fictícia cujo nome é "Boquete". No rótulo, o presidente norte-americano Bill Clinton fumando um charuto.
"Queríamos brincar com a idéia de que o sexo oral é a verdadeira mania do brasileiro", diz Ivo Meirelles, o líder do grupo.
E a brincadeira vai longe. A letra da música de Meirelles não tem duplos sentidos, descreve o ato tentando fazer graça. Depois da cena inicial, várias mulheres simulam sexo oral em diversas situações. No carro, num barco ou a beira de uma piscina.
"Nos preocupamos em nos cercar de mulheres lindas, algumas eram modelos, outras são do conjunto", explica Meirelles.
O presidente norte-americano não aparece só no rótulo da bebida no início do clipe. Um homem usa uma máscara que é uma caricatura de Clinton e uma mulher, travestida de Monica Lewinsky, se aproxima dele nas cenas finais.
Diferente de outros clipes produzidos pelo grupo de Meirelles, "Boquete" foi roteirizado pelo próprio compositor.
"Um clipe tem que vender uma música e eu sempre senti que faltava alguma coisa, embora nossos outros clipes fossem muito legais. Resolvi fazer do meu jeito", conta.
O roteiro foi apenas esboçado em linhas gerais e Meirelles levou a idéia a André Buarque, da Elektra Filmes. A produção consumiu duas semanas, locações em Mangaratiba (no Estado do Rio) e custou cerca de R$ 30 mil.
A desinibição das mulheres que aparecem na produção só foi conseguida com uma restrição curiosa. A maior parte dos integrantes da banda não podia comparecer a nenhuma das filmagens, segundo Meirelles.
"Eu queria descontrair as meninas. Imagine aquele monte de homens vendo todas aquelas moças seminuas? Só havia umas seis pessoas no set."
Mas a cena mais polêmica mostra um padre pedindo perdão aos céus. A câmera desce e mostra uma mulher, fantasiada de "diabinha", praticando o ato no clérigo. "O Clinton não disse que, afinal de contas, não é uma relação sexual?", pergunta o compositor. (ALEXANDRE MARON)


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