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São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2003

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O CARECA ERA UM CRÂNIO

USA escala Ving Rhames como o tira da série de TV dos anos 70

Kojak deve voltar no cinema em versão negra

JOSÉ AGUIAR
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O CANAL PAGO USA Network acertou com o ator Ving Rhames (dos filmes "Pulp Fiction" e "Missão Impossível") o papel principal de uma versão negra para "Kojak", um dos mais populares seriados policiais da TV mundial. A princípio, será produzido um longa-metragem, que, se bem aceito pelo público, poderá abrir caminho para uma nova série televisiva.
A original, exibida pela rede ABC, teve 115 episódios, produzidos entre outubro de 1973 e abril de 1978. Nela, o tenente Theo Kojak (Telly Savalas) era um policial durão que, contrariando seu visual austero, adorava chupar pirulitos pelas ruas de Nova York.
Mas não foi somente o seu apreço por guloseimas que o diferenciou dos heróis das demais séries da época. Columbo, Bareta, ou mesmo Starsky e Hutch, não faziam tanto sucesso entre o público feminino. Seria a sedutora careca?
Nada ortodoxo, ele preferia usar das artimanhas das ruas em lugar dos métodos burocráticos dos policiais convencionais. No que ajudava seu senso de humor irresistivelmente cínico.
Trabalhavam com ele, no 13º Distrito de Polícia de Manhattan, os detetives Stavros (vivido pelo irmão do protagonista, George Savalas), Saperstein e Rizzo. Completavam o elenco o chefe, Frank McNeil (ex-parceiro de Kojak nas ruas), e o tenente Bobby Crocker.
E atores hoje consagrados como James Woods e Harvey Keitel debutaram no seriado, cujo personagem principal apareceu pela primeira vez no telefilme "The Marcus-Nelson Murder's". Seu sucesso determinou a ascensão do protagonista, na verdade batizado Aristotle Savalas.
Engana-se quem pensa que sua careca era um "dom" natural. O ator raspou a cabeça pela primeira vez em 1965, para fazer o papel de Pilatos no filme "A Maior História de Todos os Tempos".
Savalas também enfrentou James Bond em "007 a Serviço Secreto de Sua Majestade", no qual fez o vilão Blofeld. Mesmo assim, foi sua atuação na série que lhe rendeu seu mais importante prêmio, um Emmy, o Oscar da televisão. No auge do seriado, até disco ele gravou.
Por aqui, sua popularidade foi tanta que o nome Kojak se tornou sinônimo de calvície, virando até marchinha carnavalesca: "Kojak mete bronca na moçada/É tira valente, respeitado (...)".
Entre 1989 e 1990, aos 65 anos, protagonizou cinco novos longas do detetive. Em seus últimos anos, afastado das telas, era mais citado pelo fato de ser padrinho da atriz Jennifer Aniston, a Rachel da sitcom "Friends". Savalas morreu em 1994, aos 70 anos, vítima de câncer. Seu dublador no Brasil, Joaquim Motta, mudou de ramo e hoje é pai-de-santo.


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