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O CARECA ERA UM CRÂNIO
USA escala Ving Rhames como o tira da série de TV dos anos 70
Kojak deve voltar no cinema em versão negra
JOSÉ AGUIAR
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O CANAL PAGO USA Network
acertou com o ator Ving Rhames
(dos filmes "Pulp Fiction" e "Missão Impossível") o papel principal de uma versão negra para "Kojak", um dos mais populares seriados policiais da TV mundial. A princípio, será produzido um longa-metragem, que, se bem aceito pelo
público, poderá abrir caminho para uma
nova série televisiva.
A original, exibida pela rede ABC, teve
115 episódios, produzidos entre outubro
de 1973 e abril de 1978. Nela, o tenente
Theo Kojak (Telly Savalas) era um policial durão que, contrariando seu visual
austero, adorava chupar pirulitos pelas
ruas de Nova York.
Mas não foi somente o seu apreço por
guloseimas que o diferenciou dos heróis
das demais séries da época. Columbo,
Bareta, ou mesmo Starsky e Hutch, não
faziam tanto sucesso entre o público feminino. Seria a sedutora careca?
Nada ortodoxo, ele preferia usar das
artimanhas das ruas em lugar dos métodos burocráticos dos policiais convencionais. No que ajudava seu senso de humor irresistivelmente cínico.
Trabalhavam com ele, no 13º Distrito
de Polícia de Manhattan, os detetives
Stavros (vivido pelo irmão do protagonista, George Savalas), Saperstein e Rizzo. Completavam o elenco o chefe, Frank
McNeil (ex-parceiro de Kojak nas ruas),
e o tenente Bobby Crocker.
E atores hoje consagrados como James
Woods e Harvey Keitel debutaram no seriado, cujo personagem principal apareceu pela primeira vez no telefilme "The
Marcus-Nelson Murder's". Seu sucesso
determinou a ascensão do protagonista,
na verdade batizado Aristotle Savalas.
Engana-se quem pensa que sua careca
era um "dom" natural. O ator raspou a
cabeça pela primeira vez em 1965, para
fazer o papel de Pilatos no filme "A
Maior História de Todos os Tempos".
Savalas também enfrentou James
Bond em "007 a Serviço Secreto de Sua
Majestade", no qual fez o vilão Blofeld.
Mesmo assim, foi sua atuação na série
que lhe rendeu seu mais importante prêmio, um Emmy, o Oscar da televisão. No
auge do seriado, até disco ele gravou.
Por aqui, sua popularidade foi tanta
que o nome Kojak se tornou sinônimo
de calvície, virando até marchinha carnavalesca: "Kojak mete bronca na moçada/É tira valente, respeitado (...)".
Entre 1989 e 1990, aos 65 anos, protagonizou cinco novos longas do detetive.
Em seus últimos anos, afastado das telas,
era mais citado pelo fato de ser padrinho
da atriz Jennifer Aniston, a Rachel da sitcom "Friends". Savalas morreu em 1994,
aos 70 anos, vítima de câncer. Seu dublador no Brasil, Joaquim Motta, mudou de
ramo e hoje é pai-de-santo.
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