São Paulo, domingo, 27 de setembro de 1998

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RETORNO
Há sete anos afastada da TV, a atriz vive ex-dançarina no remake de "Pecado Capital"
Darlene Glória volta às novelas

RUI DANTAS
da Reportagem Local

Afastada das telenovelas desde que viveu a personagem Dayse Sheldon em "Araponga", exibida pela Globo entre 1990 e 91, Darlene Glória, 56, estará de volta à televisão.
A atriz vai atuar no remake de "Pecado Capital", a próxima novela das seis da emissora.
"A Aurora, minha personagem, é um resgate do teatro de revista. Ela é uma ex-dançarina que mora em Copacabana com a irmã do personagem central, o Carlão Moreno (Eduardo Moscovis)", explica.
Aurora e Darlene são parecidas: as duas tiveram um passado glorioso, passaram por momentos difíceis e hoje tentam reconstruir a vida.
A atriz conta que voltou dos EUA, onde passou cinco anos, em 97. Lá, trabalhou como doméstica, "babysitter" e cozinhou para fora para complementar o orçamento.
"Não tenho vergonha de falar que trabalhei fazendo faxina em casas. Trabalhei limpando escritórios, apartamentos e casas comuns. Quando contava que já tinha sido uma atriz de muito sucesso em meu país, as pessoas perguntavam o que tinha acontecido comigo", recorda-se.
E o que aconteceu com Darlene Glória? Musa do cinema nacional nas décadas de 60 e 70, a atriz atuou em filmes como "São Paulo S.A." e "Toda Nudez Será Castigada".
O último filme, realizado em 1973, elevou a atriz também à condição de símbolo sexual internacional, já que a produção foi laureada com o Urso de Prata do Festival de Berlim, na Alemanha.
Um ano depois, para se livrar do alcoolismo e da drogadição, Darlene converteu-se fiel da Igreja Presbiteriana de Copacabana.
"Na época, quando ia tomar banho, eu levantava o sabonete e dizia: "Tenho que tirar toda a sujeira que existe em mim'. Passava o dia inteiro cheirando e fumando", conta.
A atriz casou-se pouco depois com o pastor Marcos Brandão, com quem ficou até 89. "Ele me trocou por uma moça que tinha a metade da minha idade. Triste, com dor-de-corno, resolvi me mudar para os EUA."
Desde que voltou, a atriz atuou no longa "Até que a Vida Nos Separe", de José Zaragoza, e, com os rendimentos reduzidos, procurou emprego na TV.
"Recebi um convite para atuar em "Brida', mas há alguns tipos de papel que eu não aceito. Jamais faria o papel de uma sensitiva", diz, referindo-se às imposições de sua religião.
Em "Pecado Capital", a atriz atuará ao lado de seu cachorro, que é de uma raça pouco conhecida com características de husky siberiano. "Ele se chama Wolf (lobo, em inglês), mas como o diretor tem o mesmo nome, na novela, eu o chamarei de Wof."



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