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RETORNO
Há sete anos afastada da TV, a atriz vive ex-dançarina no remake de "Pecado Capital"
Darlene Glória volta às novelas
RUI DANTAS
da Reportagem Local
Afastada das telenovelas
desde que viveu a personagem Dayse Sheldon em
"Araponga", exibida pela
Globo entre 1990 e 91, Darlene Glória, 56, estará de
volta à televisão.
A atriz vai atuar no remake de "Pecado Capital", a próxima novela das
seis da emissora.
"A Aurora, minha personagem, é um resgate do
teatro de revista. Ela é uma
ex-dançarina que mora em
Copacabana com a irmã
do personagem central, o
Carlão Moreno (Eduardo
Moscovis)", explica.
Aurora e Darlene são parecidas: as duas tiveram
um passado glorioso, passaram por momentos difíceis e hoje tentam reconstruir a vida.
A atriz conta que voltou
dos EUA, onde passou cinco anos, em 97. Lá, trabalhou como doméstica,
"babysitter" e cozinhou
para fora para complementar o orçamento.
"Não tenho vergonha de
falar que trabalhei fazendo
faxina em casas. Trabalhei
limpando escritórios,
apartamentos e casas comuns. Quando contava
que já tinha sido uma atriz
de muito sucesso em meu
país, as pessoas perguntavam o que tinha acontecido comigo", recorda-se.
E o que aconteceu com
Darlene Glória? Musa do
cinema nacional nas décadas de 60 e 70, a atriz atuou
em filmes como "São Paulo S.A." e "Toda Nudez
Será Castigada".
O último filme, realizado
em 1973, elevou a atriz
também à condição de
símbolo sexual internacional, já que a produção foi
laureada com o Urso de
Prata do Festival de Berlim, na Alemanha.
Um ano depois, para se
livrar do alcoolismo e da
drogadição, Darlene converteu-se fiel da Igreja
Presbiteriana de Copacabana.
"Na época, quando ia
tomar banho, eu levantava
o sabonete e dizia: "Tenho
que tirar toda a sujeira que
existe em mim'. Passava o
dia inteiro cheirando e fumando", conta.
A atriz casou-se pouco
depois com o pastor Marcos Brandão, com quem ficou até 89. "Ele me trocou
por uma moça que tinha a
metade da minha idade.
Triste, com dor-de-corno,
resolvi me mudar para os
EUA."
Desde que voltou, a atriz
atuou no longa "Até que a
Vida Nos Separe", de José
Zaragoza, e, com os rendimentos reduzidos, procurou emprego na TV.
"Recebi um convite para
atuar em "Brida', mas há
alguns tipos de papel que
eu não aceito. Jamais faria
o papel de uma sensitiva",
diz, referindo-se às imposições de sua religião.
Em "Pecado Capital", a
atriz atuará ao lado de seu
cachorro, que é de uma raça pouco conhecida com
características de husky siberiano. "Ele se chama
Wolf (lobo, em inglês),
mas como o diretor tem o
mesmo nome, na novela,
eu o chamarei de Wof."
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