|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mercado ainda tem restrições ao tema
DA REPORTAGEM LOCAL
Anunciantes ainda têm dificuldade em lidar com a questão racial e colocar negros como foco
de uma campanha. Essa é a opinião de Amadeu Nogueira de
Paula, presidente do comitê de
mídia da Associação Brasileira de
Anunciantes (ABA). "Alguns
anunciantes estão começando a
se envolver nessa discussão, mas
ainda há muita restrição. Não há
no Brasil, como nos EUA, pesquisas que apontem hábitos de consumo que sejam específicos da
população negra", diz.
Paula diz, no entanto, que uma
sitcom como a de Netinho poderia ter o apoio de anunciantes.
"As empresas querem resultado.
Se o produto for bom e tiver audiência, não há por que não contar com anúncios."
Eliane Cavalleiro, pesquisadora
da Faculdade de Educação da
USP e de várias ONGs ligadas ao
movimento negro, diz que acredita que a TV seja imprescindível
na discussão das questões raciais
do país. Para ela, a comunidade
negra está ansiosa para ver algo
na televisão que retrate o seu dia-a-dia. "A TV é prejudicial à educação das crianças brancas e negras, pois reforça o preconceito."
Na TV paga brasileira há alguns
seriados com temas negros:
"Fresh Prince of Bel-air" (Warner), "Martin", "The Cosby
Show" e "Cosby Misteries"
(Sony) e "The Hugleys" (Fox).
Segundo Fabiana Lang, gerente
de marketing do canal Fox brasileiro, e Regina Malfatti, supervisora de marketing da Warner e
Sony no Brasil, não há intenção
de criar um espaço específico para negros, mas sim de exibir produtos de sucesso no exterior. (LM)
Texto Anterior: Artista quer usar espaço para obra social Próximo Texto: Cosby gerou a sitcom negra Índice
|