São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2001

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Mercado ainda tem restrições ao tema

DA REPORTAGEM LOCAL

Anunciantes ainda têm dificuldade em lidar com a questão racial e colocar negros como foco de uma campanha. Essa é a opinião de Amadeu Nogueira de Paula, presidente do comitê de mídia da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). "Alguns anunciantes estão começando a se envolver nessa discussão, mas ainda há muita restrição. Não há no Brasil, como nos EUA, pesquisas que apontem hábitos de consumo que sejam específicos da população negra", diz.
Paula diz, no entanto, que uma sitcom como a de Netinho poderia ter o apoio de anunciantes. "As empresas querem resultado. Se o produto for bom e tiver audiência, não há por que não contar com anúncios."
Eliane Cavalleiro, pesquisadora da Faculdade de Educação da USP e de várias ONGs ligadas ao movimento negro, diz que acredita que a TV seja imprescindível na discussão das questões raciais do país. Para ela, a comunidade negra está ansiosa para ver algo na televisão que retrate o seu dia-a-dia. "A TV é prejudicial à educação das crianças brancas e negras, pois reforça o preconceito."
Na TV paga brasileira há alguns seriados com temas negros: "Fresh Prince of Bel-air" (Warner), "Martin", "The Cosby Show" e "Cosby Misteries" (Sony) e "The Hugleys" (Fox). Segundo Fabiana Lang, gerente de marketing do canal Fox brasileiro, e Regina Malfatti, supervisora de marketing da Warner e Sony no Brasil, não há intenção de criar um espaço específico para negros, mas sim de exibir produtos de sucesso no exterior. (LM)

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