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ESCOLA VIRTUAL
Com o auxílio da Internet, emissora pretende exibir na madrugada maratona de atrações voltadas para estudantes de diversos níveis
Cultura exibirá 12 horas de programação educativa
BRUNO GARCEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A PARTIR de março do ano que
vem, a TV Cultura irá instituir a
"universidade da madrugada". O termo,
cunhado e até registrado por Jorge da
Cunha Lima, presidente da Fundação
Padre Anchieta, mantenedora da emissora, se refere à programação educativa
que a Cultura pretende pôr em prática
em 2001.
"A educação à distância é hoje viável
por meio da integração TV-Internet. O
aluno assiste à aula pela TV, revê as lições
pela rede e pode tirar dúvidas por meio
de um chat com os professores. Queremos uma programação assim que tenha
início à 0h e vá até as 12h, oferecendo não
apenas lições para vestibulandos, mas
também cursos de reciclagem e aulas para secundaristas e estudantes do primário", afirma Cunha Lima.
Essa programação seria um desdobramento do que já vem sendo colocado em
prática no "Vestibulando Digital", que,
atualmente, vai ao ar à 1h. A opção por
exibir a "universidade" após a 0h se deu,
segundo Cunha Lima, por ser esse o horário que vem tendo melhor aceitação
dos estudantes.
A Cultura reserva outras estréias para
março. Nesse mês, a emissora quer ampliar o que Cunha Lima chama de "redação de helicóptero". "É mais barato levar
um repórter a percorrer de helicóptero
cidades próximas a São Paulo, como
Americana, Limeira e Piracicaba, relatando o que houver por lá e enviando as
imagens para a ilha de edição, do que
montar uma sucursal nesses locais", diz.
Atualmente, o "Diário Paulista", que
noticia fatos da capital e do interior de
São Paulo, já traz reportagens nesse formato. "Queremos ampliar essa prática.
Assim, o repórter terá de ser mais ágil,
quem sabe até manuseando a câmera,
como os antigos repórteres-abelha, mas
numa versão mais moderna."
Devem entrar no ar ainda os documentários que a emissora pretende adquirir
da RM Associates, produtora que fornece muitos dos títulos exibidos pela BBC e
o Channel 4 ingleses. Outra estréia, ainda
não confirmada nessa data, seria a de peças teatrais filmadas, mas que fugissem
ao estilo dos antigos teleteatros.
"O formato do antigo "Teleteatro Tupi",
por exemplo, não é mais viável, com a câmera fixa no rosto dos atores. Teria de
ser algo diferente, com imagens em movimento. A idéia é pegar peças que estejam em final de temporada tanto no Rio
como em São Paulo, mas com uma linguagem menos paradona, usar a tecnologia de captação da TV. Para isso, só está faltando um pouco de dinheiro", diz.
A já tradicional revista "Metrópolis",
com mais de 12 anos de existência, também deve passar por uma reformulação.
"O risco é fazer divulgação, como as outras TVs fazem, de produtos consagrados do mercado comercial da arte. O
consagrado é importante, mas temos
que dar valores não consagrados e ligados à identidade cultural brasileira, numa hora em que a predominância da
produção massificada é muito forte."
A reformulação na grade da Cultura,
que teve início em agosto, é resultado de
pesquisas qualitativas comandadas pelos sociólogo Carlos Novaes. Segundo
Cunha Lima, elas diferem das pesquisas
do Ibope porque não se limitam a medir
o índice de audiência, mas sim o perfil
do público que assiste à emissora.
"O "RG" é um filho dessa pesquisa, feita
com todas as classes sociais e em todos
as atrações da grade. Avaliamos que o
público queria um equilíbrio de música
e idéias. Surgiu o programa."
Outra vertente que a Cultura continuará a investir é na realização de co-produções como o infanto-juvenil "Sãos
e Salvos" e o esportivo "Movix". "Queremos ampliar o espaço destinado a essas
produções, mas sempre buscando atrações que não subestimem a inteligência
do público", diz Cunha Lima.
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