São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PARA MUITOS, AINDA MAGDA

A "divina" Zimmerman ressurge na nova fase de "Marisol"

Antônio Gaudério/Folha Imagem
A atriz Vera Zimmerman, que ficou famosa como a Magda da novela "Meu Bem, Meu Mal", exibida pela Globo em 1990, e será uma vilã na trama do SBT a partir da semana que vem


CARLA MENEGHINI
DA REPORTAGEM LOCAL

DESDE a semana passada, a atriz Vera Zimmerman, 38, está mais cansada e mais feliz. O motivo é a correria das gravações da novela "Marisol", do SBT, em cuja segunda fase ela viverá a vilã Sandra. "Tenho gravado de 20 a 30 cenas por dia, mas estou adorando voltar às novelas. Prefiro um papel bacana numa outra emissora do que um papel pequeno na Globo", diz.
Sua personagem entra na trama a partir da semana que vem. Ela será uma advogada bem-sucedida, amiga da também vilã Amparo (Glauce Graieb), que se envolverá com Rodrigo (Carlos Casagrande), afastando-o da heroína Marisol (Bárbara Paz). "Só que a Sandra só vai ser realmente má até descobrir que a Vanessa, filha adotiva da Marisol, é, na verdade, sua filha, abandonada em uma caixa de papelão 18 anos antes", conta Vera, que afirma se divertir com as manobras melodramáticas da novela -cujo texto é adaptado do folhetim homônimo mexicano. "É um desafio interpretar um texto desses com credibilidade."

Retorno
Há mais de três anos longe da teledramaturgia -seu último trabalho foi um pequeno papel em "Malhação", da Globo-, Vera nega que esteja sumida da TV. "As pessoas pensam que, porque você não está na novela das oito, está sumida, mas não parei de trabalhar um só dia", diz a atriz.
A referência tem sua razão: Vera ficou marcada pelo sucesso da personagem Magda, da novela "Meu bem, Meu Mal", que foi ao ar na Globo em 1990: "Até hoje me param na rua e me chamam de Magda, acredita?".
Mais marcante do que Magda, só o título de musa inspiradora de Caetano Veloso, que dedicou a ela a música "Vera Gata", lançada em 1981. "Quando eu tinha 16 anos, conheci o Caetano na Bahia, a gente acabou namorando, e ele fez essa música para mim. Na época, eu virei uma espécie de celebridade, o que me ajudou no início da carreira", conta.
Mas, se não estava sumida, por onde andou Vera Zimmerman nos últimos anos? "Gosto de experimentar diversas emissoras e de intercalar TV com cinema e teatro", afirma. Ela participou da minissérie "Amor Quase Perfeito", do canal pago Multishow, do extinto programa ecológico "Sãos e Salvos", da TV Cultura, e das novelas "Direito de Nascer", do SBT, e "Estrela de Fogo", da Record, além de protagonizar o longa-metragem "Tônica Dominante", de Lina Chamie, e a peça infantil "Os Saltimbancos", entre outros trabalhos.
"Já desejei ter estabilidade, mas a verdade é que, se a Globo tivesse me contratado, eu provavelmente não teria feito tantos projetos, estaria fazendo somente o que eles quisessem; isso se não me colocassem na tal da geladeira", afirma.
Aos 20 anos de carreira, Vera se diz orgulhosa de ser independente e "rodada" em diversas emissoras e lamenta o "monopólio" da produção de teledramaturgia pela Globo. "Em vez de comprar prontas aquelas novelas mexicanas horríveis, as emissoras menores deveriam trilhar seu próprio caminho, apostar em novos autores, arriscar um pouco mais. Uma novela não precisa ser cara para ser boa, como acontece com os filmes", diz.



Texto Anterior: NY TV: Um homem contra o mundo
Próximo Texto: Agora vai: "Ilha" (enfim) estréia na Cultura
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.