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SERIADO
Globo economiza US$ 4 milhões
e, para atrair jovens, investe na
personagem de Patrícia Pillar
'Mulher' empobrece e rejuvenesce
ANNA LEE
da Sucursal do Rio
A meta principal do segundo ano da série "Mulher", da Globo, que deve
voltar a ser exibida a partir
de 23 de março, será rejuvenescer, colocando em
evidência a personagem de
Patrícia Pillar, a "doutora" Cris Brandão, e ressaltando o que ela representa.
O seriado, antes feito em
película, agora é produzido em VT, mais barato.
José Alvarenga Jr., que
está assumindo a direção
geral, explica: "Mulher'
terá textos mais ágeis e
com mais humor".
"Estamos investindo
muito no roteiro. O seriado será mais jovem. No
ano passado, as temáticas
privilegiavam a personagem da Eva Wilma (Martha Corrêa). As pessoas
que têm a idade da Cris
(35) não se sentiam bem
representadas", completa.
"A intenção é que aquele
apartamento (em que Cris
mora com a amiga Shirley,
vivida por Carla Daniel)
seja um grande barato.
Queremos retratar a realidade de pessoas de 35 anos
neste país."
Para isso foram acrescentados à série alguns
personagens. Alexandre
Borges fará par com Patrícia Pillar, e Eduardo Galvão, com Carla Daniel.
"Mulher" sofrerá mudanças no roteiro e no dia
de exibição -passará a ser
apresentado às terças-feiras-, mas a principal modificação ficará por conta
de não ser mais produzido
em película e sim em VT.
A justificativa, explica
Alvarenga "é a crise". Segundo ele, a diferença de
custo entre uma produção
e outra é de US$ 4 milhões
por ano.
"Claro que fiquei triste
porque "Mulher' não será
mais em película. O cinema cria novos caminhos
de marcação de cena e de
interpretação. Não é só a
qualidade da imagem que
faz a diferença. Estamos
tentando não modificar o
processo de trabalho", diz
Patrícia Pillar.
Alvarenga explica que,
para não perder a qualidade técnica, o núcleo de engenharia da Globo está
procurando alternativas
para que se possa "chegar
o mais próximo possível
do cinema".
Isso inclui aquisição de
novos equipamentos, utilização de lentes fixas, câmera única e tratamento
de luz, tudo como é feito
em produções em película.
Além disso, a equipe de
"Mulher", especializada
em cinema, permaneceu a
mesma, "para que a linguagem permanecesse".
"Se fosse outro programa, ficaria desestimulada,
mas "Mulher' é mais do
que isso. Ele trouxe essa
novidade do cinema, mas a
cumplicidade que tem
com o público não veio da
estética e sim do conteúdo", afirma Patrícia.
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