São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 1999

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SERIADO
Globo economiza US$ 4 milhões e, para atrair jovens, investe na personagem de Patrícia Pillar
'Mulher' empobrece e rejuvenesce

ANNA LEE
da Sucursal do Rio

A meta principal do segundo ano da série "Mulher", da Globo, que deve voltar a ser exibida a partir de 23 de março, será rejuvenescer, colocando em evidência a personagem de Patrícia Pillar, a "doutora" Cris Brandão, e ressaltando o que ela representa. O seriado, antes feito em película, agora é produzido em VT, mais barato.
José Alvarenga Jr., que está assumindo a direção geral, explica: "Mulher' terá textos mais ágeis e com mais humor".
"Estamos investindo muito no roteiro. O seriado será mais jovem. No ano passado, as temáticas privilegiavam a personagem da Eva Wilma (Martha Corrêa). As pessoas que têm a idade da Cris (35) não se sentiam bem representadas", completa.
"A intenção é que aquele apartamento (em que Cris mora com a amiga Shirley, vivida por Carla Daniel) seja um grande barato. Queremos retratar a realidade de pessoas de 35 anos neste país."
Para isso foram acrescentados à série alguns personagens. Alexandre Borges fará par com Patrícia Pillar, e Eduardo Galvão, com Carla Daniel.
"Mulher" sofrerá mudanças no roteiro e no dia de exibição -passará a ser apresentado às terças-feiras-, mas a principal modificação ficará por conta de não ser mais produzido em película e sim em VT.
A justificativa, explica Alvarenga "é a crise". Segundo ele, a diferença de custo entre uma produção e outra é de US$ 4 milhões por ano.
"Claro que fiquei triste porque "Mulher' não será mais em película. O cinema cria novos caminhos de marcação de cena e de interpretação. Não é só a qualidade da imagem que faz a diferença. Estamos tentando não modificar o processo de trabalho", diz Patrícia Pillar.
Alvarenga explica que, para não perder a qualidade técnica, o núcleo de engenharia da Globo está procurando alternativas para que se possa "chegar o mais próximo possível do cinema".
Isso inclui aquisição de novos equipamentos, utilização de lentes fixas, câmera única e tratamento de luz, tudo como é feito em produções em película. Além disso, a equipe de "Mulher", especializada em cinema, permaneceu a mesma, "para que a linguagem permanecesse".
"Se fosse outro programa, ficaria desestimulada, mas "Mulher' é mais do que isso. Ele trouxe essa novidade do cinema, mas a cumplicidade que tem com o público não veio da estética e sim do conteúdo", afirma Patrícia.



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