"O Rio de Machado de Assis", que estréia quarta no GNT, mostra a cidade na ótica dos personagens do escritor carioca

MARIANA SCALZO
da Reportagem Local

O documentário "O Rio de Machado de Assis", que estréia nesta quarta-feira no canal de TV paga GNT, às 22h30, quer mostra uma visão diferente da obra do autor carioca.
"Abordar o universo do escritor e seus personagens por meio de sua cidade, dos lugares que frequentam", como explica a diretora Sonia Nercessian.
"Não temos a intenção de passar a visão dos experts sobre a obra de Machado", completa.
O especial, que está dividido em três episódios de meia hora de duração cada, apresenta o Rio de Janeiro segundo a ótica de três personagens: Capitu (interpretada por Fernanda Torres), de "Dom Casmurro", Brás Cubas (Paulo José), de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", e Conselheiro Aires (Tonico Pereira), de "Memorial de Aires".
Narrado por José de Abreu, "O Rio de Machado de Assis" não utiliza apenas os cenários citados em seus livros. "Em toda a sua obra há referências muito fortes dos lugares. Resgatamos material de seus contos e artigos também", diz Sonia.
O primeiro capítulo é dedicado a uma biografia do escritor e à apresentação dos três personagens. O segundo destaca Capitu e seu envolvimento com o bairro do Flamengo, e Brás Cubas. A terceira parte é dedicada aos passeios do Conselheiro Aires.
"Toda a obra de Machado é entremeada pelo movimento dos personagens. Usamos os textos para mostrar a cidade, a antiga e a nova arquitetura", diz Sonia, que divide a direção do documentário com Kika Lopes.
"O Rio de Machado de Assis" é uma co-produção do GNT e de Norma Bengell. O documentário é a primeira parceria da atriz e diretora com o canal.
"Espero que seja um casamento que complete bodas de ouro", diz Norma.
Além de retratar a cidade, o programa traz depoimentos de urbanistas, cineastas, críticos literários e escritores, como Nélida Piñon, presidente da Academia Brasileira de Letras (leia texto nesta página).
"O interessante é que o programa tem muito humor e traz novas gerações vendo o Machado. Também os personagens estão 'contemporâneos', usando roupas modernas e revisitando o Rio de hoje, que é surpreendente", avalia Norma Bengell.



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