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SOB SUSPEITA
Prefeitura aciona Justiça para receber área alugada irregularmente; reunião decide destino da Sermo hoje
Taubaté investiga 150 doações de área
da Folha Vale
A Prefeitura
de Taubaté protocolou ontem
um pedido de
retrocessão de
terreno na Justiça contra a Ro-Têxtil, uma das
empresas beneficiadas com doações pelo processo de industrialização, que teria alugado uma área
de 6.000 2 para a Expert.
Por lei, a área não pode ser alugada pois ainda pertence à prefeitura. Segundo a Lei das Doações, a
Ro-Têxtil só teria a posse definitiva
após dez anos.
A ação judicial faz parte de uma
investigação movida pela auditoria e assessoria jurídica da prefeitura em todas as 150 áreas doadas
para a instalação de empresas no
município.
A auditoria vai analisar todas as
ações do Gein e elaborar, em 30
dias, um balanço da situação de todas as empresas instaladas ou em
instalação no município.
A decisão do prefeito Antonio
Mário Ortiz (PSDB) em realizar essa auditoria foi baseada no acordo
ilegal entre as empresas Sermo do
Brasil e Stork ISC para a transferência de uma área da prefeitura.
A administração está buscando
uma alternativa para o caso da Sermo e realiza hoje reunião com a
presidência da empresa e vereadores.
Após a divulgação dos fatos, os
três antigos membros do Gein
(Grupo de Expansão Industrial)
foram demitidos.
Segundo Oscar Sachs, um dos integrantes da atual equipe do Gein,
medidas judiciais serão adotadas
em todos os casos irregulares observados.
"A Ro-Têxtil não poderia estar
alugando um terreno que não pertence a ela. Por isso, entramos com
um pedido na Justiça", disse o
membro do Gein.
Levando-se em consideração o
valor médio de R$ 4 o m2, a área
doada vale cerca de R$ 24 mil.
"Isso é ilegal, mas parece que o
Gein já sabia disso no ano passado", afirmou o presidente da Câmara de Taubaté, vereador Wilson
Vieira (PDT).
Vieira afirmou que a Câmara deverá votar hoje um requerimento
do vereador Itamar de Jesus
(PMDB) pedindo explicações sobre a doação de 45 áreas no período entre 92 e 98. Essas áreas ainda
não teriam sido ocupadas pelas
empresas beneficiadas.
Segundo Jesus, pelo menos dez
áreas foram doadas entre 92 e 93 e
até hoje as empresas beneficiadas
não providenciaram nem a escritura de posse do imóvel.
"Além dessas irregularidades,
também foram encontradas diferenças na metragem dos terrenos",
afirmou Jesus.
O vereador afirmou que também
caberá ao Gein uma completa reformulação de todas as metragens
dos terrenos doados.
Jesus disse que mais de 20 empresas ganharam a área, fizeram a
escritura, mas não cumpriram os
prazos estabelecidos pelo programa.
A Folha não encontrou representantes da Expert ou da Ro-Têxtil ontem para comentar o caso até
as 21h30.
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