São José dos Campos, Terça, 1 de junho de 1999

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VIOLÊNCIA
Irmã também foi ferida; acusado de ter feito os disparos é o dono do estabelecimento, na zona sul de São José
Estudante é morto dentro de bar em São José

da Folha Vale

O adolescente Hilquias Carneiro dos Santos, 15, foi baleado na noite de anteontem em frente a um bar no Jardim Morumbi, na zona sul de São José dos Campos.
O estudante foi atingido por dois tiros -um no lado esquerdo do peito e outro na altura do abdômen-, que teriam sido disparados pelo comerciante José Coimbra de Almeida, 39, dono do estabelecimento, por volta das 21h30. Pelo menos 30 pessoas estavam no bar no momento dos disparos.
De acordo com informações de testemunhas colhidas pela Polícia Militar, Hilquias teria tido um desentendimento com a mulher de Almeida, Tania Maria Nogueira de Almeida, 30, e uma terceira pessoa, que seria uma cliente do bar.
A irmã de Hilquias, Rosângela Carneiro dos Santos, 22, também ficou ferida. Ela foi levada para o pronto-socorro do Hospital Municipal e na tarde de ontem foi transferida para a Santa Casa.
Os irmãos estavam acompanhados da mãe, Rosiane Carneiro dos Santos, 45, e do mecânico e amigo da família H.S.N., 45.
Os quatro estavam voltando de um sítio em Monteiro Lobato e passaram na festa do Jardim Morumbi, que acontecia próxima ao local, e no bar.
"Paramos por uns dez minutos só para tomar alguma coisa. Quando foram atingidos, eles estavam indo para o carro e eu ainda estava no bar. Sem motivo nenhum e sem falar nada, o José começou a atirar de dentro do balcão mesmo", disse H.S.N..
Ele afirmou ter ouvido quatro tiros. "Não houve nenhuma discussão, mas acho que o dono do bar atirou para acertar."
O acusado pelo crime fugiu com um carro logo depois. Até o início da noite de ontem ele não havia sido localizado.
O adolescente chegou a ser socorrido no pronto-socorro do Parque Industrial, mas não resistiu aos ferimentos.

Por acaso
O irmão de Hilquias, Peterson Carneiro dos Santos, 26, disse acreditar que o adolescente foi atingido "por acaso". "Ele só estava passando por lá e não tinha envolvimento com a história."
Um amigo de Hilquias que não se identificou afirmou que ele não gostava de se envolver em discussões. "Nunca o vi brigando."
A maioria das pessoas que estiveram no velório ontem eram colegas de Hilquias, que estava na 8ª série de uma escola estadual.
Segundo o delegado Paulo Procópio, que até ontem respondia pelo 3º Distrito Policial e hoje assume a DIG (Delegacia de Investigações Gerais), o inquérito sobre o caso deverá ser aberto hoje.
"Assim que o inquérito for instaurado, vamos consultar se o acusado já tinha antecedentes criminais", disse Procópio.



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