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Guardas municipais tentam impedir a entrada de servidores no prédio da Prefeitura de São José ontem, durante negociação sobre aumento

da Folha Vale

A segunda rodada de negociações entre o Sindicato dos Servidores Municipais de São José dos Campos e representantes da prefeitura, que durou cerca de seis horas, foi marcada por tumulto na tarde de ontem.
Por volta das 17h30, os acessos para o andar térreo da prefeitura foram fechados e todos os servidores que ainda estavam trabalhando no prédio tiveram que sair pelo primeiro e segundo subsolos. Ninguém podia entrar na prefeitura. Cerca de 25 guardas municipais faziam a segurança do local.
Até as 22h de ontem, os servidores ainda não tinham decidido se haveria ou não greve da categoria.
Neusa Helena Massula de Melo, grávida de 4 meses, uma das diretoras do sindicato, acusa a Guarda Municipal de tê-la proibido de descer no elevador.
Neusa estava com mais uma diretora da entidade fazendo a convocação dos servidores que ainda estavam na prefeitura para a realização de uma assembléia da categoria no saguão no Paço Municipal. A Guarda Municipal não quis comentar o assunto.
No início da noite, alguns manifestantes tentaram entrar no saguão, mas foram impedidos por guardas municipais. A guarda também não permitiu que sindicalistas que estavam do lado de fora da prefeitura entregassem lanche e refrigerante para os cerca de 15 servidores que estavam do lado de dentro da prefeitura.
Um dos principais itens de reivindicação é um reajuste salarial de cerca de 24,08%. Segundo o sindicato, a administração não vai aumentar os salários dos servidores.
Segundo Maurílio de Oliveira, presidente do sindicato, o aumento real seria de 5%. "O restante é reposição referente a perda salarial", disse ele.
Segundo o sindicato, uma lei municipal determina que os servidores tenham um "gatilho" de 5% toda vez que a inflação de um determinado período atingir o mesmo índice, o que não estaria acontecendo desde junho de 97.
Segundo Oliveira, o índice de inflação no período, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), é de 7,71%. "A prefeitura está descontando os períodos de deflação", disse Oliveira.
O sindicato também reivindica, na educação, a equiparação dos professores municipais com os do Estado. Segundo o presidente da entidade, a gratificação por jornada noturna só começa a contar a partir das 22h para os professores da rede municipal. Para os professores da rede estadual, as horas de gratificação noturna passam a ser contadas a partir das 19h.
O sindicato também quer a alteração do sistema de benefícios dados pela prefeitura, como o plano de saúde e a volta do salário-família. A Prefeitura de São José dos Campos tem 8.300 servidores.



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