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MEMÓRIA 2
A vida nas fazendas e as primeiras casas feitas pelos bandeirantes também serão reproduzidas em museu
Ciclo do café no Vale será reconstituído
da Reportagem Local
Os pesquisadores da Fundação
Cultural de Jacareí estão investigando sítios arqueológicos de fazendas escravocratas para reconstituir o ciclo da produção do café.
A reprodução desses ambientes
e das casas utilizadas pelos desbravadores durante as bandeiras também será feita no Museu Antropológico do Vale em dois anos.
No início do século 19, a cultura
do café começou a crescer a partir
da cidade de Bananal, chegando
ao seu auge em 1860 e alcançando
a maior parte do Vale.
Segundo o arqueólogo Wagner
Bornal, em antigas fazendas de café podem ser encontrados desde
louças importadas até cachimbos
de escravos.
"Ainda estamos varrendo a área
para encontrar o centro do sítio
histórico, onde estão os bolsões de
cultura material", disse.
O que para o pesquisador é rotulado de "bolsões de cultura material", para os homens que viveram
entre os séculos 17 e 18 era conhecido como lixo.
À época, grandes valas eram
abertas próximas às fazendas onde
eram jogados escravos mortos e
todo o tipo de utensílio.
Com o tempo, esses materiais
foram espalhados em uma área e
os pesquisadores ainda estão no
rastro da antiga vala.
Segundo Bornal, conseguindo
fragmentos de louça que estejam
no fundo da vala é possível datar a
idade do sítio. "Pelos desenhos e
técnicas usadas para a fabricação
do material é possível identificar a
idade mínima da instalação da fazenda", disse ele.
Esse foi o mesmo processo utilizado pelo pesquisador para encontrar as valas do sítio São Francisco, em São Sebastião, onde foram encontrados 25 mil fragmentos de utensílios. A antiga fazenda
pode ter sido um entreposto de escravos (leia texto nesta página).
A partir do século 16, com o início das explorações ao interior do
continente, os bandeirantes tiveram um importante papel na formação dos primeiros núcleos de
povoamento.
Segundo Bornal, a reconstituição desse período, no qual as casas
eram de pau-a-pique, vai depender de relatos em livros e de uma
nova pesquisa.
"O que se sabe é que Taubaté e
Jacareí eram rotas importantes
dos bandeirantes a caminho do
ouro de Minas Gerais. Mas eles
não deixaram vestígios materiais,
a não ser os vilarejos."
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