ROBERTA MEDEIROS
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE

A Câmara de Taubaté adiou anteontem a votação do projeto do Executivo que legaliza o transporte alternativo, uma das promessas de campanha do prefeito José Bernardo Ortiz (PSDB). Os vereadores apresentaram 19 emendas que restringem a concessão de licença para os perueiros.
O projeto, apresentado em fevereiro, prevê a criação de 42 vagas para perueiros, sendo que cada um deverá convidar outro condutor reserva para atuar em horários alternados, totalizando o licenciamento de 84 veículos. Os veículos devem fazer as mesmas linhas dos ônibus.
A prefeitura estima que cerca de 200 vans e kombis estejam atuando clandestinamente na cidade.
Um levantamento feito pelo vereador Joffre Neto (PT) demonstra que são necessários cerca de 180 veículos para suprir a demanda da cidade.
Hoje, apenas 80 veículos estão legalizados em Taubaté.
O vereador propõe que a concessão seja restrita aos perueiros que atuam no ramo há pelo menos dois anos como forma de proteger os que já trabalham.
Ele ainda propõe que vans possam dispor de linhas complementares. "É preciso existir viabilidade econômica", disse Joffre.
O vereador Mário Monteiro (PPB) apresentou uma emenda que prevê maior rigor na liberação da licença para os perueiros.
Ele defende que sejam licenciados somente condutores que tenham carteira de habilitação do tipo D e certidão de antecedentes criminais. O candidato ainda não poderá exercer outra atividade remunerada.
O vereador Jorge Soldado (PSC) quer aumentar o número de vagas, de 42 para 84.
Para viabilizar a mudança, Soldado propõe o revezamento da circulação dos veículos de acordo com o número da placa.
Assim, os veículos com placas pares circulariam da 0h ao meio-dia e os com placas ímpares, do meio-dia até a meia-noite.

Queda
Segundo dados da empresa que detém a concessão do transporte coletivo, a ABC, cerca de 500 mil usuários deixaram de utilizar o transporte coletivo nos últimos três anos, quando os perueiros passaram a atuar. O número caiu de 1,4 milhão para 900 mil.
O líder do grupo de perueiros Camisa Azul, Sérgio Luís de Vasconcelos, disse que as emendas, apesar de restringirem a legalização de parte dos motoristas, não devem gerar polêmica. "O prefeito é dono cidade e levantou a questão. Vamos trabalhar como ele quiser."


Próximo Texto: Câmara prorroga concessão
Índice