São José dos Campos, Domingo, 05 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRANSPORTES
Quatro ônibus do transporte coletivo foram incendiados na sexta-feira por desconhecidos
Polícia e motoristas temem retaliação



da Folha Vale

A Polícia de São José e motoristas de ônibus temem que os atentados contra ônibus do transporte coletivo possam levar a uma onda de retaliações entre os diversos grupos envolvidos na polêmica sobre a legalização do transporte clandestino.
"Estamos preocupados com uma possível retaliação de motoristas", disse o delegado-seccional Roberto Monteiro após os atentados de sexta-feira, quando quatro ônibus foram queimados.
O primeiro atentado atingiu um ônibus da empresa Capital do Vale, incendiado e depredado no Jardim Santa Inês durante a tarde por 20 homens não identificados.
À noite, três ônibus -dois da Real e um da Viação São Bento- foram totalmente incendiados por homens não identificados que abordaram os ônibus em pontos de parada, pediram aos ocupantes que descessem e atearam fogo utilizando gasolina.
Os dois ônibus da Real foram queimados nos bairros Jardim Imperial e Campo dos Alemães, na zona sul.
O ônibus da São Bento foi incendiado no Jardim Guimarães, na zona norte.
"Em pelo menos um caso, os homens desceram de uma van verde, pediram para que todos descessem e atearam fogo", disse Monteiro, que arrolou motoristas e cobradores que podem reconhecer os autores do atentado.
Segundo o delegado, a polícia vai dar "prioridade total" às investigações dos atentados, que na opinião do delegado, são ações de um grupo organizado. "É um caso que preocupa. O episódio como um todo já está esbarrando na desobediência civil", afirmou.
Por ter melhor estrutura, a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) vai comandar a investigação. Os ônibus serão submetidos à perícia pelo Instituto de Criminalística de São José.
Segundo o delegado, às 23h45 de sexta, ele recebeu uma ligação do prefeito Emanuel Fernandes (PSDB) demonstrando preocupação com os ataques.
Na sexta-feira à tarde, Emanuel ficou reunido durante três horas na prefeitura com líderes dos motoristas e com o tenente-coronel Celso Carlos de Camargo, comandante da Polícia Militar.
O presidente do Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba, José Carlos de Souza, disse que os atentados preocupam porque "pode ser uma provocação de uma das partes" envolvidas no transporte coletivo.
"Estou preocupado com minha segurança e dos motoristas e cobradores, porque temo que alguma das partes reaja aos atentados", disse.
"Tenho pedido aos motoristas para não provocar e para não entrar em provocações. Não queremos a guerra", disse.

Peruas incendiadas
No final de setembro, quatro peruas -três delas clandestinas- foram incendidas por desconhecidos em São José.
A DIG, que investiga o caso, também abriu inquérito para apurar denúncias de motoristas e cobradores de ônibus contra perueiros clandestinos.


Texto Anterior: Santa Catarina prevê recorde no verão
Próximo Texto: Mortes
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.