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TRANSPORTES
Quatro ônibus do transporte coletivo foram incendiados na sexta-feira por desconhecidos
Polícia e motoristas temem retaliação
da Folha Vale
A Polícia de São José e motoristas de ônibus temem que os atentados contra ônibus do transporte
coletivo possam levar a uma onda
de retaliações entre os diversos
grupos envolvidos na polêmica
sobre a legalização do transporte
clandestino.
"Estamos preocupados com
uma possível retaliação de motoristas", disse o delegado-seccional
Roberto Monteiro após os atentados de sexta-feira, quando quatro
ônibus foram queimados.
O primeiro atentado atingiu um
ônibus da empresa Capital do Vale, incendiado e depredado no
Jardim Santa Inês durante a tarde
por 20 homens não identificados.
À noite, três ônibus -dois da
Real e um da Viação São Bento-
foram totalmente incendiados
por homens não identificados
que abordaram os ônibus em
pontos de parada, pediram aos
ocupantes que descessem e atearam fogo utilizando gasolina.
Os dois ônibus da Real foram
queimados nos bairros Jardim
Imperial e Campo dos Alemães,
na zona sul.
O ônibus da São Bento foi incendiado no Jardim Guimarães,
na zona norte.
"Em pelo menos um caso, os
homens desceram de uma van
verde, pediram para que todos
descessem e atearam fogo", disse
Monteiro, que arrolou motoristas
e cobradores que podem reconhecer os autores do atentado.
Segundo o delegado, a polícia
vai dar "prioridade total" às investigações dos atentados, que na
opinião do delegado, são ações de
um grupo organizado. "É um caso que preocupa. O episódio como um todo já está esbarrando na
desobediência civil", afirmou.
Por ter melhor estrutura, a DIG
(Delegacia de Investigações Gerais) vai comandar a investigação.
Os ônibus serão submetidos à perícia pelo Instituto de Criminalística de São José.
Segundo o delegado, às 23h45
de sexta, ele recebeu uma ligação
do prefeito Emanuel Fernandes
(PSDB) demonstrando preocupação com os ataques.
Na sexta-feira à tarde, Emanuel
ficou reunido durante três horas
na prefeitura com líderes dos motoristas e com o tenente-coronel
Celso Carlos de Camargo, comandante da Polícia Militar.
O presidente do Sindicato dos
Condutores do Vale do Paraíba,
José Carlos de Souza, disse que os
atentados preocupam porque
"pode ser uma provocação de
uma das partes" envolvidas no
transporte coletivo.
"Estou preocupado com minha
segurança e dos motoristas e cobradores, porque temo que alguma das partes reaja aos atentados", disse.
"Tenho pedido aos motoristas
para não provocar e para não entrar em provocações. Não queremos a guerra", disse.
Peruas incendiadas
No final de setembro, quatro peruas -três delas clandestinas-
foram incendidas por desconhecidos em São José.
A DIG, que investiga o caso,
também abriu inquérito para
apurar denúncias de motoristas e
cobradores de ônibus contra perueiros clandestinos.
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