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HISTÓRIAS
"Vira-latismo" caipira
LUÍS EBLAK
Editor-assistente da Folha Ribeirão
Lá se vão quase 70 anos que o
amadorismo no futebol paulista foi oficialmente extinto. O
primeiro campeonato profissional entre bandeirantes foi
em 1933, vencido pelo Palestra
Itália, recém vice-campeão
mundial. Logo na temporada
seguinte, a mudança fez a primeira vítima (São Bento, não
de Sorocaba, de São Paulo),
que não aguentou os trancos e
largou as rédeas.
Depois, muitos times deixaram de existir, mas o que se vê
hoje é que aqueles que (ainda)
não desapareceram seguem o
mesmo rumo. A estrutura do
futebol se profissionalizou.
Fato. Os clubes do interior,
porém, vivem um amadorismo
bravo, principalmente entre
seus dirigentes. Como explicar
que o Botafogo abriu mão de
Lucas, Cocito e Gustavo? Como
explicar que o mesmo time de
Ribeirão perdeu, antes e depois
de ser rebaixado da Série A, do
Vila Elisa, time da liga amadora? Só para citar dois casos...
O futebol no interior parece
que ainda vive o impasse da década de 30, quando os grandes
clubes ficaram anos e anos discutindo a profissionalização.
No Rio, o Botafogo custou para
abandonar o amadorismo. Foi
voto vencido, mas em compensação revelou, depois, Garrincha. Seu homônimo daqui parece estar no mesmo impasse
(em vez de aceitar a modernização, seus dirigentes ficam batendo cabeça com a equipe de
José Carlos Brunoro...), mas o
problema é que não tem nenhum Garrincha em vista...
Mais do que "moleques travessos" -aqueles que ousam enfrentar os "grandes" no meio
do campeonato e tremem nos
jogos decisivos-, Ponte e
Guarani mostraram em campo
(contra São Paulo e Corinthians e, depois, Vasco e Cruzeiro) um verdadeiro "complexo de vira-latas", nos dizeres de
Nelson Rodrigues sobre a seleção antes de 1958.
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