São José dos Campos, Domingo, 05 de Dezembro de 1999


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HISTÓRIAS
"Vira-latismo" caipira

LUÍS EBLAK
Editor-assistente da Folha Ribeirão

Lá se vão quase 70 anos que o amadorismo no futebol paulista foi oficialmente extinto. O primeiro campeonato profissional entre bandeirantes foi em 1933, vencido pelo Palestra Itália, recém vice-campeão mundial. Logo na temporada seguinte, a mudança fez a primeira vítima (São Bento, não de Sorocaba, de São Paulo), que não aguentou os trancos e largou as rédeas.
Depois, muitos times deixaram de existir, mas o que se vê hoje é que aqueles que (ainda) não desapareceram seguem o mesmo rumo. A estrutura do futebol se profissionalizou.
Fato. Os clubes do interior, porém, vivem um amadorismo bravo, principalmente entre seus dirigentes. Como explicar que o Botafogo abriu mão de Lucas, Cocito e Gustavo? Como explicar que o mesmo time de Ribeirão perdeu, antes e depois de ser rebaixado da Série A, do Vila Elisa, time da liga amadora? Só para citar dois casos...
O futebol no interior parece que ainda vive o impasse da década de 30, quando os grandes clubes ficaram anos e anos discutindo a profissionalização. No Rio, o Botafogo custou para abandonar o amadorismo. Foi voto vencido, mas em compensação revelou, depois, Garrincha. Seu homônimo daqui parece estar no mesmo impasse (em vez de aceitar a modernização, seus dirigentes ficam batendo cabeça com a equipe de José Carlos Brunoro...), mas o problema é que não tem nenhum Garrincha em vista...
Mais do que "moleques travessos" -aqueles que ousam enfrentar os "grandes" no meio do campeonato e tremem nos jogos decisivos-, Ponte e Guarani mostraram em campo (contra São Paulo e Corinthians e, depois, Vasco e Cruzeiro) um verdadeiro "complexo de vira-latas", nos dizeres de Nelson Rodrigues sobre a seleção antes de 1958.


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