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CARREIRA MILITAR
Barro Branco exige disciplina
Dia na escola começa às 6h; candidato passa por exame psicológico
da Reportagem Local
Levantar às 6h da manhã com o
"toque de alvorada" (uma corneta) e às 7h já estar preparado para
fazer a marcha matinal. Só uma
hora mais tarde é que as aulas
"convencionais" começam, e os
alunos as assistem fardados.
Essa é a rotina dos estudantes da
Academia da Polícia Militar do
Barro Branco, que fazem o curso
em período integral.
"É um curso diferente dos outros por causa das regras. É um regime de internato nos dois primeiros anos (o curso tem quatro
anos). Tudo é fiscalizado. A cama
tem de estar superesticada", diz
Ana Lúcia Razuk, 18, que saiu do
colegial em Araras, interior de
São Paulo, no ano passado e entrou direto na academia.
Concorrência
Apesar de a rotina ser mais rígida do que uma faculdade convencional, a academia é muito procurada pelos estudantes. Em 98, para a carreira feminina, foram 61
candidatas por vaga. Na carreira
masculina foram 31,72 candidatos por vaga.
Duas razões ajudam a explicar a
procura: a bolsa-auxílio e a perspectiva de já estar empregado depois de formado.
Primeiro o aluno já entra na faculdade ganhando uma bolsa-auxílio de cerca de R$ 500. Depois,
essa bolsa vai aumentando até
chegar a pouco menos de R$ 1.000
no quarto ano.
Quando sai da faculdade, o aluno já tem um emprego garantido,
pois as vagas são abertas de acordo com a necessidade do Estado.
"Para a mulher é uma carreira
ainda mais vantajosa", diz Josué
Filemom, 35, psicólogo da instituição que participa da banca examinadora do vestibular.
"Ela sabe que vai ter um salário
referente a posição que ocupa, e
não referente ao seu sexo. Isso é
diferente do mercado em geral
em que as mulheres ainda ganham menos do que os homens",
explica o psicólogo.
Filemom afirma que a banca do
vestibular procura ver o potencial
de cada pessoa para o cargo.
"O oficial da PM vai ser administrador, comandante e policial.
Nós vamos buscar nos jovens esses potenciais. Vamos ver se o
candidato tem controle emocional e se domina a ansiedade. É
muito normal desqualificar candidatos no exame psicológico."
O psicólogo disse que conseguir
boas notas na Fuvest não garante
a classificação se o candidato não
tiver essas qualidades.
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