São José dos Campos, Domingo, 05 de Dezembro de 1999


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CARREIRA MILITAR
Barro Branco exige disciplina

Dia na escola começa às 6h; candidato passa por exame psicológico da Reportagem Local

Levantar às 6h da manhã com o "toque de alvorada" (uma corneta) e às 7h já estar preparado para fazer a marcha matinal. Só uma hora mais tarde é que as aulas "convencionais" começam, e os alunos as assistem fardados.
Essa é a rotina dos estudantes da Academia da Polícia Militar do Barro Branco, que fazem o curso em período integral.
"É um curso diferente dos outros por causa das regras. É um regime de internato nos dois primeiros anos (o curso tem quatro anos). Tudo é fiscalizado. A cama tem de estar superesticada", diz Ana Lúcia Razuk, 18, que saiu do colegial em Araras, interior de São Paulo, no ano passado e entrou direto na academia.

Concorrência
Apesar de a rotina ser mais rígida do que uma faculdade convencional, a academia é muito procurada pelos estudantes. Em 98, para a carreira feminina, foram 61 candidatas por vaga. Na carreira masculina foram 31,72 candidatos por vaga.
Duas razões ajudam a explicar a procura: a bolsa-auxílio e a perspectiva de já estar empregado depois de formado.
Primeiro o aluno já entra na faculdade ganhando uma bolsa-auxílio de cerca de R$ 500. Depois, essa bolsa vai aumentando até chegar a pouco menos de R$ 1.000 no quarto ano.
Quando sai da faculdade, o aluno já tem um emprego garantido, pois as vagas são abertas de acordo com a necessidade do Estado.
"Para a mulher é uma carreira ainda mais vantajosa", diz Josué Filemom, 35, psicólogo da instituição que participa da banca examinadora do vestibular.
"Ela sabe que vai ter um salário referente a posição que ocupa, e não referente ao seu sexo. Isso é diferente do mercado em geral em que as mulheres ainda ganham menos do que os homens", explica o psicólogo.
Filemom afirma que a banca do vestibular procura ver o potencial de cada pessoa para o cargo.
"O oficial da PM vai ser administrador, comandante e policial. Nós vamos buscar nos jovens esses potenciais. Vamos ver se o candidato tem controle emocional e se domina a ansiedade. É muito normal desqualificar candidatos no exame psicológico."
O psicólogo disse que conseguir boas notas na Fuvest não garante a classificação se o candidato não tiver essas qualidades.



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