|
Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO EM CRISE
Previsão é paralisar obras, manutenção, saúde e educação devido ao atraso dos salários
Servidor de Jacareí faz greve na segunda
da Folha Vale
Funcionários públicos de Jacareí
decidiram em assembléia paralisar
as atividades segunda-feira devido
ao atraso no pagamento, que deveria ter sido feito ontem.
Entre os setores previstos para ficarem parados estão saúde, que
deve fazer apenas atendimentos de
emergência, educação, obras, manutenção e transporte de servidores. A prefeitura tem cerca de 4.000
empregados e o custo com a folha
atinge R$ 3,5 milhões.
A administração municipal tem
dívidas com entidades sociais,
Santa Casa, fornecedores e está
atrasando o repasse de cestas básicas para os trabalhadores. O valor
total dos débitos não é divulgado.
A paralisação dos serviços foi
mantida mesmo com a proposta
apresentada ontem à tarde pela administração -pagar integralmente os 1.500 servidores com menor
salário líquido e conceder um
adiantamento ao restante na terça.
"Já tínhamos a garantia que o
adiantamento seria dado hoje (ontem), o que não aconteceu. Além
disso, queremos respostas para os
atrasos de outros benefícios", disse Ricardo Della Hos, diretor do
Sindicato dos Servidores.
Segundo ele, são cerca de 3.000
cestas básicas atrasadas, o que levou o sindicato a preparar uma
campanha de arrecadação de alimentos para "socorrer" os servidores mais necessitados.
Hos evitou usar o termo greve,
mas admitiu que a paralisação poderá continuar durante a semana,
caso a prefeitura não apresente
uma "resposta objetiva" aos problemas da categoria.
Estratégia
Ontem pela manhã, foram realizadas assembléias com trabalhadores da SSM (Secretaria dos Serviços Municipais) e da SOV (Secretaria de Obras e Viação), que
abrangem um quarto dos servidores. A adesão da SSM é considerada estratégica pelo sindicato.
Entre outros profissionais, a secretaria engloba os motoristas,
que podem forçar a paralisação em
outros setores.
Às 18h de ontem foi realizada outra assembléia, desta vez com os
servidores da saúde, que ratificaram a decisão tomada de manhã
pelos funcionários da SSM.
Hos garante que os serviços médicos de emergência e o atendimento aos idosos serão mantidos
durante o protesto.
"A gente espera contar com o
apoio da população. Muitas famílias estão sendo prejudicadas com
essa postura da administração",
afirmou o sindicalista.
No mês passado, a prefeitura
atrasou e em seguida escalonou o
pagamento dos servidores, começando a liberar os salários para os
que ganham menos. A última das
três parcelas do 13º, também escalonado, será paga no final do mês.
Na última terça-feira, o prefeito
liberou R$ 44.500 para entidades
assistenciais, mas não quitou as dívidas. A Cepac, por exemplo, que
atende portadores de deficiências
e ameaçava fechar, ainda tem R$
129 mil a receber.
O município, que está com uma
dívida ativa estimada em R$ 20 milhões, deve ainda bolsas de estudo
e transporte para estudantes dentro dos programas Proteu e Probem, respectivamente. Os valores
não foram fornecidos.
A administração alega queda na
arrecadação devido à crise. O vereador Marino Faria (PT) fez um
levantamento e afirmou que a arrecadação cresceu 18,86% em 98.
Próximo Texto | Índice
|