São José dos Campos, Segunda, 6 de setembro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍCIA
Farmacêutico consegue se desamarrar e dispara quatro vezes contra homem dentro de sua casa
Idoso luta e mata assaltante no litoral

da Folha Vale

Com 62 anos, o farmacêutico de Caraguatatuba Altair Boenini confessou que matou com quatro tiros um dos homens que invadiu sua casa para roubá-la anteontem, após ter conseguido se desamarrar e derrotar o assaltante em uma luta corporal.
O guarda noturno Alexandre Martiniuc, 24, foi encontrado morto pela Polícia Militar no quintal da casa do farmacêutico, pouco depois da comunicação da tentativa de roubo.
Um outro homem estava acompanhando Martiniuc, mas ele não foi identificado. Ambos estavam encapuzados e um deles estava armado.
De acordo com a Polícia Civil, o roubo aconteceu por volta das 20h de sábado, no bairro Pontal Santa Marina, considerado de alto nível em Caraguatatuba.
O farmacêutico estava com a sua mulher, a comerciante Eorides Lima Boenini, 57, no momento do assalto.
Os assaltantes pegaram alguns objetos e cartões de crédito do casal e depois os obrigaram a entrar em um quarto, onde foram amarrados.
Segundo a polícia, Boenini conseguiu se desamarrar e começou a lutar com o guarda noturno, fazendo com que ele derrubasse a arma que estava portando -um revólver calibre 38.
Em seguida, de acordo com a versão da polícia, o farmacêutico pegou a arma e disparou quatro vezes contra Martiniuc.
O outro assaltante, que não teria sido atingido por nenhum dos tiros disparados, conseguiu fugir, mas acabou não levando nada da casa.
O guarda noturno também começou a correr, mas a Polícia Militar o encontrou, já sem vida, ao efetuar buscas nas proximidades.

Legítima defesa
Boenini alegou à polícia que agiu em legítima defesa. Ele vai responder a inquérito por lesão corporal seguida de morte.
No boletim de ocorrência, registrado como roubo e homicídio, ele e a mulher aparecem como vítimas. A comunicação sobre o assalto à polícia ocorreu quase duas horas depois da ação dos assaltantes.
De acordo com o depoimento do pai de Martiniuc à Polícia Civil, o guarda, que apresentava antecedentes criminais por furto, já havia sido cliente da farmácia, e o conhecia. Boenini disse na polícia que não se lembrava dele.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.