São José dos Campos, Sexta-feira, 07 de Abril de 2000


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TRANSPORTES
Veículo clandestino foi atingido pelos disparos, mas ninguém ficou ferido; polícia abre inquérito
Guarda atira contra perueiro em S. José

Roosevelt Cássio/Folha Imagem
Policial militar faz vistoria em perua apreendida ontem de manhã após o choque entre perueiros e a Guarda Municipal de São José


free-lance para a Folha Vale

Uma perua de transporte clandestino foi atingida por disparos feitos pela Guarda Municipal de São José dos Campos após um confronto com perueiros no d. Pedro 2º, zona sul da cidade, na manhã de ontem.
Os guardas admitiram ter disparado pelo menos quatro vezes, mas testemunhas disseram ter ouvido mais tiros. Ninguém ficou ferido.
O choque ocorreu quando os perueiros soltaram rojões na direção dos guardas.
A Guarda Municipal alegou ter sido provocada.
Três perueiros foram autuados em flagrante por resistência à abordagem dos fiscais da Secretaria dos Transportes.
A polícia apreendeu seis revólveres calibre 38 dos guardas para fazer perícia.
De acordo com o delegado titular do 7º Distrito Policial, Rubergil Violante, os perueiros foram liberados no final da tarde de ontem após pagarem uma fiança de R$ 200 cada um.
Um dos carros da Guarda Municipal também teve uma perfuração no pára-brisa, em frente ao lugar do motorista.
O delegado negou a versão apresentada pelos guardas.
"A polícia técnica já constatou que o disparo foi de dentro para fora do carro."
O inspetor da Guarda Municipal, Carlos de Queiroz Alvarez, disse ontem que os guardas dispararam apenas quatro tiros, no máximo, para "advertir os perueiros e inibir a ação".
O perueiro José Tadeu Taveira, 25, dono da perua apreendida, confessou ter atirado rojões para "provocar" a fiscalização.
"Mas não pensei que fosse chegar ao ponto que chegou", afirmou o perueiro.
Taveira já havia sido agredido pela Guarda Municipal durante o último confronto, que aconteceu no dia 2 de março.
No confronto anterior, também houve disparos de arma de fogo por parte dos guardas e sete pessoas ficaram feridas.
A alegação da Guarda Municipal na época foi que os disparos partiram primeiro dos perueiros e eles só agiram para se defender.
Na época, nenhuma arma foi encontrada pela polícia com os perueiros.

Confusão
Testemunhas que estavam no local dos disparos discordam da versão do inspetor da Guarda Municipal.
"Foi tiro para todo o lado. Nunca senti tanto medo na minha vida", disse a doméstica Rosemare Elias de Oliveira, 33, que passava pela rua.
Para o porteiro Valdomiro Henrique Gonçalves, 35, que estava na rua com seus dois filhos, de 4 e 6 anos, a cena parecia tentativa de execução.
"Os guardas não estavam atirando para assustar. Era para acertar mesmo."


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