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CULTURA 2
Visistas de turistas ou pesquisadores serão pagas e os recursos revertidos para o benefício da tribo guarani
Aldeia desenvolve projeto de ecoturismo
da Folha Vale
A aldeia do rio Silveira, em São
Sebastião, está desenvolvendo um
projeto de ecoturismo para disciplinar a entrada de estudantes, turistas e pesquisadores que quiserem visitar o local.
O projeto está sendo desenvolvido com o apoio da administração,
que já preparou o relatório de impacto ambiental.
Segundo o chefe da Divisão de
Cultura de São Sebastião, Zenildo
de Freitas, para a consolidação do
projeto ainda falta o relatório socioeconômico, que deverá ser elaborado por um antropólogo.
"É importante organizarmos a
frequência dos visitantes, tanto para um melhor atendimento, como
para evitar atrapalhar a vida da comunidade."
Freitas afirmou que todas essas
visitas serão pagas e os recursos revertidos para o benefício da aldeia.
Segundo o coordenador, o projeto
prevê a apresentação de danças e
cantos típicos da cultura guarani,
além da exploração turística das
belezas naturais da região.
A aldeia do rio Silveira possui
948 hectares, o equivalente a 1.231
campos de futebol, em área de Mata Atlântica, nas encostas da serra
do mar, divisa entre São Sebastião
e Bertioga.
"As visitas serão coordenadas
pelos próprios integrantes da aldeia. Já tivemos a oportunidade de
realizar cursos de ecoturismo com
vários deles."
Benefícios
Segundo o coordenador da comunidade indígena do rio Silveira,
Mariano Fernando, o projeto vai
conceder benefícios para a tribo.
"Recebemos outro dia um grupo
de estudantes que chegou sem avisar e queria ver nossa dança. Não
permitimos a entrada deles porque
nada foi agendado."
Fernando afirmou que os índios
do rio Silveira buscam as vantagens do mundo tecnológico, mas
não pretendem se afastar de suas
raízes culturais. "Apesar de estar
vestindo uma roupa bonita, isso
não muda nossa característica.
Não podemos esquecer nossa língua e nossa cultura."
Os índios também continuam
com a confecção de peças de artesanato, além do plantio de palmitos das espécies pupunha e jussara
e das helicônias.
O cultivo das helicônias, espécie
de planta da Mata Atlântica, começou em 96 com o apoio da Casa da
Agricultura e da ONG Guaricanga.
Atualmente, os buquês da planta
são comprados por um grupo formado por cerca de 50 cotistas, entre pousadas, hotéis e residências
particulares.
Além desses projetos, está prevista a expansão de atividades como a piscicultura e apicultura.
"Para o desenvolvimento das tribos, é necessário o estabelecimento de parcerias", afirmou o chefe
do posto da Funai em São Sebastião, Márcio José Alvim do Nascimento.
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