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ADMINISTRAÇÃO
Dados da Seade mostram que o número de funcionários do Legislativo cresceu 215% a partir de 92
Câmara de S. José "incha" em 7 anos
da Folha Vale
O número de funcionários da
Câmara Municipal de São José dos
Campos teve um aumento de 215%
nos últimos sete anos, passando de
65 para 205.
Os números foram definidos pela quantidade de pessoas que trabalham no Legislativo, incluindo
aqueles contratados por cada um
dos 21 vereadores e que mantêm
vínculo empregatício.
Dados da Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados)
indicam, no entanto, um crescimento maior dos números da Câmara entre os anos de 92 e 97. De
acordo com a PMU (Pesquisa Municipal Unificada) de 97, finalizada
há duas semanas e baseada em informações repassadas pelas prefeituras em questionários, em 92, o
total de funcionários na Câmara
era de 63.
Após três anos, a quantidade de
empregados passou para 120. No
final de 97, eram 340 pessoas.
Segundo os dados apresentados
pela Câmara, o quadro funcional
contava com 118 pessoas em 95 e,
dois anos depois, com 199.
O atual presidente da Câmara,
Jorley Amaral (PFL), afirmou que
o aumento no número de funcionários ao longo dos anos se deve a
um crescimento na prestação de
serviços no período. "Mesmo assim, extingui cerca de 20 cargos
durante a minha gestão."
A folha de pagamento líquida do
Legislativo em abril deste ano foi
de R$ 373 mil. Os valores dos anos
anteriores não foram divulgados
porque nem todos estavam convertidos para reais ou devido à dificuldade de obtenção das informações.
Para o professor de Ciências Políticas da Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas) Valeriano
Mendes Ferreira Costa, que trabalha com a área de administração pública, o aumento do número de funcionários da Câmara de
São José observado no período é
"exagerado". "Não seria discrepante se houvesse um crescimento populacional proporcional ou
se a quantidade de vereadores tivesse aumentado", afirmou.
As duas situações não ocorreram. A população aumentou cerca de 12,34% nos sete anos, enquanto o crescimento de vagas na
Câmara foi de 215,38%.
"Ao contrário de uma prefeitura, que tem uma forte atividade
social e serviços voltados ao atendimento da população, a Câmara
não tem tanta vinculação. Por isso
não deveria haver um crescimento desses, fora dos padrões."
Segundo Costa, desde os anos
80 existia uma tendência de aumento de pessoal nas Câmaras.
"A elevação de gastos começou
com o fim da ditadura", disse.
Para ele, as dificuldades financeiras provocadas pela crise econômica indicam uma possível
queda dos gastos do Legislativo.
"Essa redução deverá ocorrer
mais devido a um ajuste fiscal do
que uma tentativa de moralização. O Executivo enxuga suas
contas, mas o Legislativo e o Judiciário não têm a mesma cobrança
e acabam extrapolando, às vezes",
afirmou.
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