free-lance para a Folha Vale

O vice-presidente da Unicam (União Nacional dos Caminhoneiros), Tarcizio Valadão, afirmou ontem que a categoria está mobilizada para deflagrar uma nova greve a partir de amanhã no Vale do Paraíba.
A possibilidade de uma nova paralisação estava sendo discutida até as 22h de ontem por líderes dos caminhoneiros, em uma reunião no sindicato estadual da categoria, em São Paulo.
Na reunião, os líderes pretendiam conciliar uma nova pauta de reivindicações para apresentar ao ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, responsável pelas negociações com os caminhoneiros.
A ameaça de uma nova paralisação ocorreu depois que o governo confirmou o reajuste de 5,6% no preço do óleo diesel. O aumento começou a vigorar no sábado passado.
Além do descontentamento com o reajuste do diesel, os caminhoneiros pretendem cobrar do governo a redução nas tarifas de pedágio.
"O governo parece acreditar que estamos blefando, mas vamos manter a mobilização até uma resposta concreta sobre o pedágio", afirmou.
O presidente da Unicam, José Araújo Silva, disse ter reunido 200 caminhoneiros na madrugada de ontem, em Sorocaba, para dar continuidade à organização da greve.
Silva, que participava da reunião de ontem à noite, disse que há dez equipes de operadores de rádio da "faixa do cidadão", instalados nos caminhões, para acelerar a paralisação.
Segundo Valadão, que liderou a paralisação que bloqueou as rodovias do Vale por quatro dias há duas semanas, a nova greve não deve impedir totalmente o tráfego nas rodovias.
"Vamos ficar em casa ou parar nos estacionamentos ou nos postos de combustíveis, mas não vamos aceitar os abusos de autoridade que ocorreram na outra greve", afirmou Valadão.
Valadão classifica como "abuso" a ação da tropa de choque da Polícia Militar, que quebrou vidros de caminhões e entrou em conflito com motoristas parados nas estradas para acabar com a paralisação anterior.
Segundo ele, os cerca de 2.000 motoristas que transportam areia do Vale do Paraíba para São Paulo estão prontos para assumir a linha de frente de um eventual movimento grevista.
O presidente da NovaDutra, Evandro Sarubby, disse ontem esperar que o governo federal "reveja em breve" a portaria que suspendeu o reajuste de 8,5% no pedágio previsto para este mês.
"A suspensão é extremamente preocupante, mas entendemos que essa situação é temporária", afirmou Sarubby.



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