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HABITAÇÃO
Decisão mantém as cerca de 350 famílias acampadas em terreno da Prefeitura de Jacareí
TJ suspende reintegração no Meia Lua
da Folha Vale
O Tribunal de Justiça de São
Paulo suspendeu ontem o efeito
da liminar concedida à Prefeitura
de Jacareí determinando a reintegração de posse da área ocupada
por cerca de 350 famílias no Parque Meia Lua desde o último dia
24 de agosto.
A liminar havia sido concedida
pela Justiça de Jacareí no último
dia 2 em ação de reintegração de
posse movida pela prefeitura.
A decisão de ontem do TJ suspende os efeitos da liminar até
que a Justiça de Jacareí preste informações pedidas pelo tribunal
para julgamento do recurso dos
invasores. O prazo é de dez dias.
O recurso contra a reintegração
de posse foi impetrado na última
quarta-feira pelo advogado Aristeu César Pinto Neto, que defende
o Sindicato dos Metalúrgicos de
São José dos Campos.
O principal argumento utilizado pelo TJ para suspender a liminar foi a informação dos sem-teto
de que os invasores listados na
ação da prefeitura não estavam
mais no acampamento.
Na ação, a prefeitura listou seis
invasores cujos nomes foram divulgados na imprensa como ocupantes da área.
Para o vereador José Carlos
Diogo (PT), a suspensão da liminar fortalece o movimento. "Agora eles vão aguardar o desfecho da
situação acampados na área", disse.
Segundo ele, havia o temor de
que a Polícia Militar fosse chamada para promover a reintegração
de posse. Anteontem, em reunião
na prefeitura, o prefeito Benedicto Sérgio Lencioni (sem partido)
havia dado prazo até as 17h de segunda-feira para que os invasores
deixassem o local.
"Agora, teremos um prazo
maior para negociar sem ter de se
preocupar com a polícia", afirmou Diogo, que participa da comissão que negocia com a Prefeitura de Jacareí.
O secretário dos Negócios Jurídicos, João Bosco Lencioni, disse
que alguns invasores foram citados na ação porque não havia como listar todos os nomes.
"Quando se pede a reintegração, você cita apenas alguns nomes", disse. No caso de invasão de
terra, não há como citar todo
mundo", completou.
Segundo ele, os líderes da invasão utilizaram como estratégia retirar do acampamento as pessoas
citadas na ação. "Eles estão empurrando com a barriga para tentar ficar mais tempo lá", disse.
Para o secretário, a suspensão
da liminar não vai atrapalhar a
negociação. "Temos nova reunião marcada para daqui a 15
dias", disse.
Ontem, assistentes sociais da
prefeitura iniciaram um levantamento entre os invasores que
ocupam o local para verificar as
condições socioeconômicas das
famílias.
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