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LEGISLATIVO
Vereadoras que compõem comissão acusam prefeito e relatora de reter documentos sobre o caso
CEI da Serveng vai para Promotoria
free-lance para a Folha Vale
Um racha entre os vereadores
que investigam possíveis irregularidades no aditamento de contrato pelo prefeito de São José dos
Campos, Emanuel Fernandes
(PSDB), levou o caso ao Ministério Público ontem.
Emanuel foi acusado na Promotoria por duas vereadoras de
reter documentos requisitados
pela CEI da Serveng Civilsan.
A Serveng construiu o anel viário de São José, uma das principais obras da cidade.
As vereadoras Amélia Naomi
(PT) e Flávia Camargo (PSN), que
compõem a comissão, também
acusaram a relatora da CEI, Dulce
Rita (PSB), de ter retido por um
ano documentos que fazem parte
da investigação.
Amélia e Flávia, da bancada de
oposição na Câmara, entregaram
duas representações envolvendo
o prefeito e a relatora ao secretário das Promotorias Criminais de
São José, André Estefam Lima.
Emanuel foi denunciado com
base na lei dos crimes de responsabilidade dos prefeitos, que obriga o Executivo a fornecer certidões de contratos municipais até
15 dias úteis após a solicitação.
As vereadoras contestam, independentemente do prazo, o fato
de a administração não ter fornecido informações pertinentes à
investigação.
O vereador Walter Hayashi
(PSB), presidente da CEI e líder
do prefeito na Câmara, criticou a
atitude das vereadoras e disse que
a documentação pedida sempre
esteve à disposição. Já o tucano
Dilermando Alvarenga, que também compõe a comissão, não sabia ontem à noite sobre a representação e nem se o prazo da prefeitura realmente acabou.
"Temos um ofício do ano passado informando a Câmara que não
havia pendências. O prazo para a
nova remessa acaba amanhã (hoje) e não ontem, como elas alegam", disse o secretário de Governo, Antonio Alwan.
Segundo as vereadoras, Emanuel não enviou à CEI as cópias de
todos os contratos e seus aditamentos, como havia sido solicitado. "O prefeito vem protelando a
entrega dos processos, enviando
documentos não pertinentes ou
peças isoladas", afirmam as vereadoras na representação.
Já a relatora, de acordo com a
denúncia, teria se apropriado de
documentos da CEI, em 25 de junho do ano passado, que só foram
entregues anteontem. "A relatora
cerceou o poder de investigação
da comissão", afirmou a vereadora Amélia Naomi.
A CEI da Serveng foi instalada
para investigar denúncias de indícios de favorecimento à empreiteira, durante a gestão do prefeito
Emanuel Fernandes.
O principal objeto de investigação da CEI é o aditamento de R$
1,8 milhão ao contrato de R$ 3,3
milhões firmado para a quarta fase da obra, suspeito de ser ilegal
por ter ultrapassado em mais de
25% o valor do termo original.
O limite de 25% em aditamentos, uma espécie de aditivo ao
contrato original, é previsto na Lei
das Licitações, que regulamenta
as contratações de obras e serviços pelo poder público.
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