São José dos Campos, Quinta-feira, 13 de Julho de 2000


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SAÚDE
Segundo Secretaria da Saúde, houve problemas na distribuição; pelo menos 30 pacientes de S. José são prejudicados
Portador do HIV fica sem dois remédios

DA FOLHA VALE

Portadores do vírus HIV de São José dos Campos estão sem receber os medicamentos Dapsona, utilizado para evitar doenças oportunistas, e o Bosolvon.
O Dapsona, remédio exclusivo dos doentes, é utilizado para aumentar a resistência do portador do vírus às enfermidades que atacam pessoas debilitadas.
A falta do Dapsona foi confirmada ontem pela Secretaria de Estado da Saúde, que alega haver um problema na distribuição do medicamento.
O Bosolvon é um xarope expectorante recomendando para todas as pessoas que estão com gripe, resfriados ou problemas respiratórios e também é usado por portadores do vírus da Aids.
Pelo menos 30 doentes estão sendo prejudicados pela falta dos medicamentos.
Além da falta de remédios, os portadores do HIV tiveram problemas, na semana passada, para fazer exames que checam a resistência do organismo do doente.
Os exames, chamados CD4 e CD8, são aplicados pela Unidade Especializada de Saúde de São José dos Campos.
Os testes indicam o número de glóbulos brancos no sangue e avaliam o estado de defesa imunológica dos soropositivos.
A acusação foi feita pelo coordenador do Gapa (Grupo de Apoio e Prevenção à Aids) de São José dos Campos, Luciano Toledo.
"Os doentes também estão com dificuldades para marcar outros exames, como o de tomografia computadorizada. Alguns deles marcaram em janeiro e até agora não conseguiram fazê-los", disse.
Ele citou o exemplo de um dos doentes de Aids que está com uma forte infecção no fígado, que parou de funcionar, e precisava fazer a tomografia com urgência.
O coordenador do Gapa de São José dos Campos também reclamou da dificuldade de deslocamento dos pacientes.
Toledo afirmou ainda que a falta de medicamentos que melhoram as condições de vida dos portadores e a demora na marcação e realização dos exames está deixando os soropositivos em crise.
O ajudante-geral Jacobs, 32, é um deles. Desempregado há quatro meses, há sete ele descobriu que é portador do vírus da Aids.
A mulher dele também está contaminada e não tem emprego.
"No dia 5 de julho, eu fiz o exame de carga viral. Tinha de fazer o CD4 junto com ele, mas, como não tinha o kit, ele foi transferido para o dia 19. Vou gastar mais dinheiro com transporte e não estou bem, estou com hepatite B", afirmou o doente à Folha.
Toledo encaminhou um ofício ao secretário municipal da Saúde, Jorge Luis dos Reis.
Reis afirmou que vai averiguar se há problemas.


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