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SAÚDE
Segundo Secretaria da Saúde, houve problemas na distribuição; pelo menos 30 pacientes de S. José são prejudicados
Portador do HIV fica sem dois remédios
DA FOLHA VALE
Portadores do vírus HIV de São
José dos Campos estão sem receber os medicamentos Dapsona,
utilizado para evitar doenças
oportunistas, e o Bosolvon.
O Dapsona, remédio exclusivo
dos doentes, é utilizado para aumentar a resistência do portador
do vírus às enfermidades que atacam pessoas debilitadas.
A falta do Dapsona foi confirmada ontem pela Secretaria de
Estado da Saúde, que alega haver
um problema na distribuição do
medicamento.
O Bosolvon é um xarope expectorante recomendando para todas as pessoas que estão com gripe, resfriados ou problemas respiratórios e também é usado por
portadores do vírus da Aids.
Pelo menos 30 doentes estão
sendo prejudicados pela falta dos
medicamentos.
Além da falta de remédios, os
portadores do HIV tiveram problemas, na semana passada, para
fazer exames que checam a resistência do organismo do doente.
Os exames, chamados CD4 e
CD8, são aplicados pela Unidade
Especializada de Saúde de São José dos Campos.
Os testes indicam o número de
glóbulos brancos no sangue e avaliam o estado de defesa imunológica dos soropositivos.
A acusação foi feita pelo coordenador do Gapa (Grupo de Apoio e
Prevenção à Aids) de São José dos
Campos, Luciano Toledo.
"Os doentes também estão com
dificuldades para marcar outros
exames, como o de tomografia
computadorizada. Alguns deles
marcaram em janeiro e até agora
não conseguiram fazê-los", disse.
Ele citou o exemplo de um dos
doentes de Aids que está com
uma forte infecção no fígado, que
parou de funcionar, e precisava
fazer a tomografia com urgência.
O coordenador do Gapa de São
José dos Campos também reclamou da dificuldade de deslocamento dos pacientes.
Toledo afirmou ainda que a falta de medicamentos que melhoram as condições de vida dos portadores e a demora na marcação e
realização dos exames está deixando os soropositivos em crise.
O ajudante-geral Jacobs, 32, é
um deles. Desempregado há quatro meses, há sete ele descobriu
que é portador do vírus da Aids.
A mulher dele também está
contaminada e não tem emprego.
"No dia 5 de julho, eu fiz o exame de carga viral. Tinha de fazer o
CD4 junto com ele, mas, como
não tinha o kit, ele foi transferido
para o dia 19. Vou gastar mais dinheiro com transporte e não estou bem, estou com hepatite B",
afirmou o doente à Folha.
Toledo encaminhou um ofício
ao secretário municipal da Saúde,
Jorge Luis dos Reis.
Reis afirmou que vai averiguar
se há problemas.
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