São José dos Campos, Domingo, 15 de Julho de 2001

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PERSONAGEM 1
Avó consegue na Justiça autorização para cuidar do neto, que era maltratado pela mãe
Maus-tratos provocam raquitismo

Claudio Capucho/Folha Imagem
O menino M., que contraiu raquitismo por causa de maus-tratos cometidos pela própria mãe, brinca na casa de seus avós


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A dona-de-casa Ilda Barbosa Moreira conseguiu, há um ano e meio, autorização da Justiça para cuidar de seu neto M., 6, que, até ir morar com ela, foi vítima de maus-tratos e negligência cometidos pela própria mãe.
Segundo Ilda, a mãe de M. "desapareceu" com a criança quando ela tinha 20 dias de vida, e o pai e ela ficaram sem saber onde e como o garoto vivia.
"Ficamos sabendo por meio de vizinhos da minha nora que ela estava morando com o menino em um quarto muito pequeno e que mantinha M. trancado o dia todo", disse a avó.
Ilda afirma que o menino ficava dias sem comer, sem tomar banho e sem sair do quarto.
"Ele (o neto) não tomava sol e só comia ervilha enlatada, pão velho e leite com água", disse.
Segundo a dona-de-casa, os médicos diagnosticaram que M. sofria de raquitismo -doença causada pela deficiência de vitamina D e que se manifesta por deformidades e alterações no esqueleto. Aos cinco anos, o menino pesava 18 quilos -peso médio de uma criança de três anos.
"O menino era flácido porque, segundo os médicos, não tomava sol e não comia. Parecia que os ossos dele seriam quebrados com facilidade", disse.
Segundo Ilda, quando M. foi morar com ela, os médicos aconselharam que o menino não saísse sem óculos escuros, porque isso poderia prejudicar sua visão.
Hoje, M. mora com o pai e os avós, estuda, faz natação, já recuperou seu peso ideal e leva uma vida normal. "Ele é um menino muito esperto e tem muitos amiguinhos", disse.


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