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500 ANOS 2
Governo do Estado investe R$ 2 milhões para construir imóveis para índios, que terão vaso sanitário
Projeto vai substituir casas de aldeia
free-lance para a Folha Vale
Os índios da aldeia Rio Silveira,
em São Sebastião, vão receber, a
partir do segundo semestre, casas
até com vasos sanitários, que
mais se assemelham às moradias
populares do que às ocas.
A aldeia será a primeira do Brasil a ser beneficiada pelo Projeto
Aldeia Indígena, do governo do
Estado, que vai substituir as casas
de pau-a-pique.
Por meio de um decreto estadual, de junho de 1998, o governo
destinou R$ 2 milhões para as comunidades indígenas de todo o
Estado de São Paulo.
Do total, R$ 600 mil foram liberados para a construção de moradias para a aldeia, em São Sebastião, onde vivem 250 índios.
O projeto para casas, elaborado
por técnicos da Prefeitura de São
Sebastião, já está concluído.
O contrato com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) também já
foi assinado.
Segundo a Secretaria da Habitação, as obras começam em julho
deste ano.
O técnico da Funai (Fundação
Nacional do Índio) Márcio José
Alvim disse que não há previsão
de quando a obra vai ficar pronta.
"Esperamos que no próximo
ano os índios já estejam instalados nas novas moradias."
Serão construídas 50 casas. Os
tamanhos são variados.
Famílias com até quatro pessoas ocuparão uma moradia de
50 m˛. Se for mais numerosa, ocupará uma casa um pouco maior,
de 60 m˛.
Segundo Alvim, o projeto recebeu adaptações para que as casas
fiquem de acordo com o modelo
tradicional da cultura guarani,
que era nômade.
"A cultura deles (dos índios) foi
respeitada em todas as etapas da
elaboração do projeto."
As casas serão fabricadas com
madeira tratada, barro e cobertas
com palha impermeabilizada.
A mão-de-obra para a construção das moradias será cedida pela
Prefeitura de São Sebastião.
A aldeia Rio Silveira ocupa área
de 948 hectares. Cerca de 60% da
área está no Parque Estadual da
Serra do Mar.
Saneamento
A obra prevê ainda a implantação de saneamento básico e água
encanada em todas as casas.
Alvim explica que apesar de o
banheiro não fazer parte da cultura indígena -com vaso sanitário,
chuveiro e lavabo-, é indispensável para a melhoria nas condições de higiene dos índios.
"As crianças ficam doentes devido à falta de higiene no local",
disse.
A aldeia tem 160 pessoas até 15
anos, que representam 65% da
população, e é uma das que têm
maior índice de natalidade do Estado, com 14 nascimentos em
1999.
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