São José dos Campos, Domingo, 16 de Abril de 2000


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500 ANOS 2
Governo do Estado investe R$ 2 milhões para construir imóveis para índios, que terão vaso sanitário
Projeto vai substituir casas de aldeia

free-lance para a Folha Vale

Os índios da aldeia Rio Silveira, em São Sebastião, vão receber, a partir do segundo semestre, casas até com vasos sanitários, que mais se assemelham às moradias populares do que às ocas.
A aldeia será a primeira do Brasil a ser beneficiada pelo Projeto Aldeia Indígena, do governo do Estado, que vai substituir as casas de pau-a-pique.
Por meio de um decreto estadual, de junho de 1998, o governo destinou R$ 2 milhões para as comunidades indígenas de todo o Estado de São Paulo.
Do total, R$ 600 mil foram liberados para a construção de moradias para a aldeia, em São Sebastião, onde vivem 250 índios.
O projeto para casas, elaborado por técnicos da Prefeitura de São Sebastião, já está concluído.
O contrato com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) também já foi assinado.
Segundo a Secretaria da Habitação, as obras começam em julho deste ano.
O técnico da Funai (Fundação Nacional do Índio) Márcio José Alvim disse que não há previsão de quando a obra vai ficar pronta.
"Esperamos que no próximo ano os índios já estejam instalados nas novas moradias."
Serão construídas 50 casas. Os tamanhos são variados.
Famílias com até quatro pessoas ocuparão uma moradia de 50 m˛. Se for mais numerosa, ocupará uma casa um pouco maior, de 60 m˛.
Segundo Alvim, o projeto recebeu adaptações para que as casas fiquem de acordo com o modelo tradicional da cultura guarani, que era nômade.
"A cultura deles (dos índios) foi respeitada em todas as etapas da elaboração do projeto."
As casas serão fabricadas com madeira tratada, barro e cobertas com palha impermeabilizada.
A mão-de-obra para a construção das moradias será cedida pela Prefeitura de São Sebastião.
A aldeia Rio Silveira ocupa área de 948 hectares. Cerca de 60% da área está no Parque Estadual da Serra do Mar.

Saneamento
A obra prevê ainda a implantação de saneamento básico e água encanada em todas as casas.
Alvim explica que apesar de o banheiro não fazer parte da cultura indígena -com vaso sanitário, chuveiro e lavabo-, é indispensável para a melhoria nas condições de higiene dos índios.
"As crianças ficam doentes devido à falta de higiene no local", disse.
A aldeia tem 160 pessoas até 15 anos, que representam 65% da população, e é uma das que têm maior índice de natalidade do Estado, com 14 nascimentos em 1999.


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