São José dos Campos, Domingo, 16 de Abril de 2000


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NARCOTRÁFICO
Traficante é tido como fundamental para esclarecer a relação de Tony com o tráfico de drogas
CPI vai convocar "Serjão" para depor

da Folha Vale

A CPI do Narcotráfico federal vai convocar Sérgio Silva dos Santos, conhecido como "Serjão", apontado pela polícia como líder do tráfico na favela Santa Cruz, em São José dos Campos, para prestar depoimento nesta semana em Brasília.
O pedido será feito pelo deputado federal Celso Russomano (PPB-SP), sub-relator da comissão em São Paulo, e terá a concordância do presidente da CPI, Magno Malta (PTB-ES).
"Se tivermos tempo hábil, ele será convocado", disse Malta.
A CPI se encerra no dia 9 de maio e não pode mais ser prorrogada.
O depoimento de Serjão é considerado fundamental pela CPI para esclarecer qual é o envolvimento do comerciante de carros Antonio de Pádua Costa Maia, o Tony, com o tráfico de drogas no Vale do Paraíba e litoral norte.
Serjão seria o único vivo entre os três supostos traficantes que tinham relação com Tony. Outros dois -Carlos Donizete Domingos Ferreira, o "Carlinhos Frangão", e Bruno Leonardi Júnior, foram assassinados.
"As denúncias que chegaram dizem que esses três recebiam ordens do Tony. Vamos continuar apurando os fatos", disse Russomano. Tony foi acusado pelo deputado Robson Tuma (PFL-SP) de ser o líder do tráfico na região.
Na sexta-feira, durante acareação, o motorista Jorge Meres também apontou uma conexão entre Tony e o empresário William Sozza, acusado de comandar o roubo de cargas na região de Campinas.
Sozza teria comprado no final de 97 dois carros de Tony. "Os dois carros eram roubados e foram pagos também com mercadorias roubadas", disse Meres.
O empresário negou envolvimento com tráfico de drogas e disse conhecer Serjão apenas por reportagens na imprensa. Já Leonardi foi seu empregado por um ano e meio e foi encontrado morto. Para Frangão, Tony disse ter vendido "três ou quatro carros".
A CPI também vai convocar para depor em Brasília o empresário Ari Natalino, dono da Petroforte, para explicar porque um avião da empresa, que fez aterrissagem forçada em Pindamonhangaba há cerca de um mês, levava R$ 600 mil em dinheiro.
O empresário foi convocado para depor em São Paulo, em duas oportunidades, mas não compareceu. Ele enviou atestado médico dizendo que não poderia falar na presença de muita gente.
"Concordamos que o depoimento fosse reservado, mas mesmo assim ele não apareceu. Vamos chamá-lo de novo porque ele tem o que dizer", disse Malta.
Segundo ele, o dinheiro encontrado era proveniente da venda de drogas no litoral norte durante o Carnaval. A distribuição da droga pelo Vale e litoral norte estaria sendo feita a partir de São José.
A droga também teria como destino o Rio de Janeiro.
Russomano disse que o tráfico na região está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo serviço especial da Polícia Federal.


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