São José dos Campos, Terça-feira, 17 de Julho de 2001

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VIOLÊNCIA
De acordo com corporação de São José, ocorrência é a primeira do tipo desde 91; polícia suspeita de latrocínio
Guarda civil é morto em centro comunitário

DEBORAH COSTA
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE

O guarda municipal Gonçalo Soares, 63, foi assassinado com um tiro na testa ontem de madrugada, em São José dos Campos, quando trabalhava no centro comunitário do bairro Alto da Ponte, na zona norte da cidade.
Segundo o diretor da Guarda Municipal, Antônio Carlos Monteiro, não havia caso de morte de funcionários do órgão em serviço desde 91, quando um guarda foi morto com um tiro nas costas.
O corpo foi encontrado por volta das 7h por um funcionário da Urbam (Urbanizadora Municipal), que chegava para o trabalho.
Segundo a PM, o guarda, que estava no almoxarifado, trabalhava desarmado e, possivelmente, tentou reagir ou fugir. Antes de ser atingido pelo tiro, ele sofreu um ferimento na cabeça, que pode ter sido provocado por uma lanterna, encontrada quebrada. Havia marcas de sangue.
Ao lado do corpo, a polícia encontrou dois projéteis calibre 38. Segundo a Polícia Civil, foram disparados três tiros -dois atingiram a parede, e o outro, disparado de perto, acertou a vítima.
Monteiro disse que Soares trabalhava como guarda havia 19 anos e iria se aposentar no ano que vem. "Ele [Soares] sempre foi um funcionário dedicado."
No momento do crime, havia mais um guarda no prédio -ele estava na portaria e não teria visto nem ouvido nada. De acordo com a Guarda Municipal, foi feita uma ronda às 3h30 no local do crime. "Foi a última vez que viram Soares vivo", disse Monteiro.
Segundo moradores do bairro, há um mês foi fechada uma base da PM em frente ao centro comunitário, o que teria contribuído para aumentar a insegurança.
A dona-de-casa Maria de Lourdes Cardoso, moradora do bairro, disse que tinha acabado de ser assaltada por um adolescente de bicicleta, que mandou que ela lhe entregasse o dinheiro. "Nem de manhã temos sossego aqui."
Segundo um policial militar, que não quis se identificar, a base do bairro foi desativada por falta de estrutura e, desde então, a região ficou mais perigosa. A Folha procurou o comando da Polícia Militar para saber os motivos do fechamento da base do bairro, mas ninguém foi localizado.
Segundo o delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), de São José dos Campos, Benedito Oberdan Fernandes Lobo, as investigações já começaram. A hipótese mais provável, segundo o delegado, é de latrocínio (roubo seguido de morte), porque no local havia computadores, cestas básicas e leite.
Nenhuma porta foi arrombada e nada foi roubado -apenas um vidro do banheiro foi quebrado.


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