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VIOLÊNCIA
De acordo com corporação de São José, ocorrência é a primeira do tipo desde 91; polícia suspeita de latrocínio
Guarda civil é morto em centro comunitário
DEBORAH COSTA
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
O guarda municipal Gonçalo
Soares, 63, foi assassinado com
um tiro na testa ontem de madrugada, em São José dos Campos,
quando trabalhava no centro comunitário do bairro Alto da Ponte, na zona norte da cidade.
Segundo o diretor da Guarda
Municipal, Antônio Carlos Monteiro, não havia caso de morte de
funcionários do órgão em serviço
desde 91, quando um guarda foi
morto com um tiro nas costas.
O corpo foi encontrado por volta das 7h por um funcionário da
Urbam (Urbanizadora Municipal), que chegava para o trabalho.
Segundo a PM, o guarda, que
estava no almoxarifado, trabalhava desarmado e, possivelmente,
tentou reagir ou fugir. Antes de
ser atingido pelo tiro, ele sofreu
um ferimento na cabeça, que pode ter sido provocado por uma
lanterna, encontrada quebrada.
Havia marcas de sangue.
Ao lado do corpo, a polícia encontrou dois projéteis calibre 38.
Segundo a Polícia Civil, foram
disparados três tiros -dois atingiram a parede, e o outro, disparado de perto, acertou a vítima.
Monteiro disse que Soares trabalhava como guarda havia 19
anos e iria se aposentar no ano
que vem. "Ele [Soares] sempre foi
um funcionário dedicado."
No momento do crime, havia
mais um guarda no prédio -ele
estava na portaria e não teria visto
nem ouvido nada. De acordo com
a Guarda Municipal, foi feita uma
ronda às 3h30 no local do crime.
"Foi a última vez que viram Soares vivo", disse Monteiro.
Segundo moradores do bairro,
há um mês foi fechada uma base
da PM em frente ao centro comunitário, o que teria contribuído
para aumentar a insegurança.
A dona-de-casa Maria de Lourdes Cardoso, moradora do bairro,
disse que tinha acabado de ser assaltada por um adolescente de bicicleta, que mandou que ela lhe
entregasse o dinheiro. "Nem de
manhã temos sossego aqui."
Segundo um policial militar,
que não quis se identificar, a base
do bairro foi desativada por falta
de estrutura e, desde então, a região ficou mais perigosa. A Folha
procurou o comando da Polícia
Militar para saber os motivos do
fechamento da base do bairro,
mas ninguém foi localizado.
Segundo o delegado titular da
DIG (Delegacia de Investigações
Gerais), de São José dos Campos,
Benedito Oberdan Fernandes Lobo, as investigações já começaram. A hipótese mais provável,
segundo o delegado, é de latrocínio (roubo seguido de morte),
porque no local havia computadores, cestas básicas e leite.
Nenhuma porta foi arrombada
e nada foi roubado -apenas um
vidro do banheiro foi quebrado.
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