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SOB SUSPEITA
Inquérito apura se contribuição de assentado da fazenda Conquista, em Tremembé, vem de recursos do crédito agrícola
Polícia Federal investiga doações ao MST
DA FOLHA VALE
A Polícia Federal de São José
dos Campos abriu ontem inquérito para apurar a contribuição financeira que estaria sendo cobrada dos assentados da fazenda
Conquista, em Tremembé, pelo
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
O delegado da PF, Olavo Varejão Antunes, vai apurar se as contribuições estão sendo feitas com
recursos obtidos pelos assentados
por meio do crédito agrícola.
Um dos primeiros passos será
verificar se os contratos de empréstimo aos assentados proíbe as
contribuições.
O Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária)
já começou a investigar, há cerca
de um mês, nos assentamentos
existentes em todo o país, as taxas
cobradas pelo MST.
O instituto investiga se os recursos liberados pelo governo para
os assentados estão sendo utilizados somente para o plantio ou estão servindo para subsidiar atividades do MST.
No Vale do Paraíba, os sem-terra admitiram a contribuição, mas
negaram que se trate de um "pedágio".
Outro lado
Segundo o líder do movimento
no assentamento Conquista, em
Tremembé, Valdir Nascimento,
não há cobrança de taxas. "As
contribuições são voluntárias e
não há valores estipulados."
Segundo ele, os trabalhadores
podem doar dinheiro ou parte da
produção para custear as despesas do movimento.
Nascimento afirmou ontem que
não há uso do dinheiro público ou
desvio de recursos para a sustentação do MST.
"Não obrigamos ninguém a dar
dinheiro ao MST. Não é um pedágio cobrado mensalmente ou diariamente, é uma ajuda para que
possamos continuar o movimento", disse.
Para o líder do MST, o financiamento para o plantio que vem por
meio do Banco do Brasil é um empréstimo feito a cada trabalhador
individualmente.
Segundo ele, os assentados têm
a liberdade de dispor sobre a produção, inclusive para a contribuição para o movimento.
"Se eu fiz o empréstimo, o dinheiro é meu, eu vou pagar por
ele. Isso não é desvio de verba pública", disse.
O delegado Antunes esteve ontem em São Paulo na superintendência da PF, e disse que dará
continuidade ao inquérito hoje.
Ele deve começar a ouvir os assentados na próxima semana.
O assentamento da fazenda
Conquista é o único da região do
Vale do Paraíba e litoral norte e foi
o primeiro da gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso.
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