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SAÚDE
Após interdição, direção do hospital é afastada e prefeito decreta estado de
calamidade pública
Prefeito de Aparecida assume Santa Casa
free-lance para a Folha Vale
A Prefeitura de Aparecida decretou ontem intervenção na Santa Casa e afastou a direção do hospital até a regularização dos problemas apontados anteontem em
inspeção realizada pela DIR (Divisão Regional de Saúde), que
acarretou a interdição do setor de
internações do local.
Foram afastados do cargo, entre
outros, o provedor Benedito Macedo Neto e a administradora Eunira Souza. A intervenção vai durar 30 dias, mas poderá ser prorrogada pelo mesmo período. Um
interventor será nomeado pela
prefeitura até segunda-feira.
Entre os problemas detectados
pela DIR estão a reutilização de
seringas, a esterilização inadequada de material médico-cirúrgico,
a falta de médicos e enfermeiros, e
a ausência de estoque básico de
medicamentos.
O prefeito Benedito Raul Bento
(PMDB) também decretou anteontem à noite estado de calamidade pública na saúde. O decreto
habilita o município a receber recursos do governo estadual.
Ontem, Bento foi até São Paulo
pedir apoio ao vice-governador
Geraldo Alckimin (PSDB). Segundo a assessoria de Alckimin,
ele não estava em São Paulo. A
Folha não encontrou o prefeito.
Segundo sua assessoria, a intervenção foi decretada para garantir a prestação de serviços de saúde à população, já que a Santa Casa é o único hospital da cidade.
A secretária municipal da Saúde, Maria Eliane Pereira Morais,
que administra provisoriamente
a Santa Casa, conseguiu ontem
dos servidores do hospital uma
trégua na greve da categoria iniciada na última segunda-feira.
"Eles concordaram em suspender a greve durante o final de semana", disse a secretária.
Segundo ela, o objetivo da prefeitura é sanar a maior parte dos
problemas apontados no relatório até segunda-feira para que o
hospital volte a fazer internações.
"Há coisas fáceis de serem resolvidas que não precisam de dinheiro. Várias pessoas da comunidade
já ligaram se colocando à disposição para ajudar", disse.
A administradora afastada da
Santa Casa, Eunira Souza, disse
que a intervenção foi "equivocada, violenta e desgastante". Ela vai
recorrer à Justiça contra o afastamento, que classificou de "perseguição política".
A secretária negou haver motivação política no afastamento e
disse que as irregularidades já haviam sido denunciadas ao Conselho Regional de Medicina pelo
próprio corpo clínico do hospital.
A Folha não conseguiu localizar
o provedor da Santa Casa, Benedito Macedo Neto. Ele concluiria
seu mandato em 2001.
A diretora técnica substituta da
DIR, Heloísa Lima Zamotta, disse
ontem que ainda não havia recebido recurso da Santa Casa.
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