São José dos Campos, Sexta-feira, 24 de Setembro de 1999

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POLÍTICA
Vereadores da base aliada estão cadastrando os moradores para o Plano Comunitário de Melhorias
Prefeitura privilegia situação em obras

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
da Folha Vale

A Prefeitura de São José dos Campos está privilegiando os redutos eleitorais da base aliada ao governo na Câmara no PCM (Plano Comunitário de Melhorias), programa para a execução de galerias e asfaltamento de ruas.
O PCM, que deve chegar a 12 bairros de São José, está sendo levado às regiões da cidade onde os vereadores governistas já tenham feito um trabalho prévio de pesquisa com as famílias interessadas em aderir ao programa.
Após a pesquisa prévia, os vereadores levam à prefeitura uma lista das famílias inscritas, que não pode ser inferior a 60% dos moradores de cada bairro.
Em seguida, a empresa que vencer a licitação para a obra realiza o cadastro definitivo do plano. As famílias pagam 60% da obra e a prefeitura arca com os 40% restantes.
Segundo o secretário de Governo, Antonio Alwan, ""é natural que a prefeitura esteja trabalhando com os vereadores que estão em sintonia com o Executivo".
"O concreto é isso: onde tem vereador trabalhando, que discute diretamente com o prefeito, as obras saem", completou.
O último projeto aprovado, no Cambuí, para 13.477 m˛, foi orçado em R$ 255 mil.
O governista Alexandre Cunha (PFL) está cadastrando os moradores do bairro Pararangaba em sua farmácia no bairro.
Os funcionários da farmácia estão orientando os moradores sobre as condições de adesão ao plano e até se oferecem para anotar os dados do interessado.
Dulce Rita (PSB) está deslocando funcionários de seu gabinete para realizar pesquisas com os moradores do bairro Galo Branco, que tem 15 mil habitantes.

Disputa
O PCM, em razão do alcance popular, chegou a provocar disputas entre vereadores, como no bairro Terras do Sul, onde atuam o oposicionista Lino Bispo (PSN) e os governistas Jorley Amaral (PFL) e Dilermando Dié (PSDB).
O vereador Bispo afirmou ter tentado uma reunião entre moradores e o ex-secretário dos Transportes Dario Rais, há cerca de um ano, para discutir a implantação no PCM no bairro.
""Já estava tudo certo, os moradores estavam esperando, mas o secretário não foi", disse.
Ontem, Jorley disse que ele próprio se encarregou de levar a proposta aos moradores do bairro, com Dilermando Dié.
""Fizemos esse trabalho e, quando ficou tudo pronto, levamos ao prefeito", disse Jorley.
A oposicionista Flávia Camargo (PSN) reclama não ter conseguido verbas para o asfaltamento do bairro Rio Comprido, prevista no Orçamento deste ano.
Para Amélia Naomi (PT), o PCM está sendo utilizado como "moeda de troca" para manter a sustentação política do prefeito de São José dos Campos, Emanuel Fernandes (PSDB).


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