São José dos Campos, Quarta-feira, 27 de Junho de 2001

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CIÊNCIA
Pesquisadores de 11 países, além do Brasil, participam de workshop que debate fenômenos da atmosfera, até sexta-feira
Inpe tem debate mundial sobre ionosfera

JOSÉ CARLOS JÚNIOR
DA FOLHA ONLINE

Cerca de 50 pesquisadores de 11 países, além do Brasil, estão discutindo no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos, a ionosfera -região da alta atmosfera que apresenta íons e elétrons livres.
Participam do evento pesquisadores da Índia, Argentina, Peru, Chile, Grécia, África do Sul, Japão, Estados Unidos, Inglaterra, República Tcheca e Rússia.
A ionosfera é uma camada que circunda o globo terrestre a partir de 60 quilômetros de altura até cerca de mil quilômetros de altura e provoca interferências e alterações nas ondas de rádio.
O evento internacional, denominado Ionosphere Workshop, está sendo realizado pela primeira vez no Brasil e vai até a próxima sexta-feira.
"A ionosfera afeta a propagação das ondas eletromagnéticas. A finalidade do workshop é melhorar o modelo IRI (International Reference Ionosphere)", disse o pesquisador do Inpe José Alberto Sobral.
Os pesquisadores irão revisar a IRI, um modelo que contém dados coletados em diversas partes do mundo sobre a ionosfera, como densidade elétrica, temperatura de elétrons, composição e temperatura de íons e movimentação do plasma ionosférico.
A ênfase dos estudos está sendo dada à ionosfera de baixa latitude, na altura do equador magnético (lugar geométrico dos pontos da superfície da Terra em que a inclinação magnética é nula), onde ocorrem anomalias, como o eletrojato equatorial, as bolhas de plasma e o Spread F, que são estudados e observados pelo Inpe desde a década de 80.
"O Brasil é a região que mais produz interferência na ionosfera por causa da configuração do campo magnético", disse Sobral.
O eletrojato equatorial é uma corrente elétrica que envolve a atmosfera a cerca de cem quilômetros de altura.
A bolha de plasma foi descoberta pela primeira vez pelo pesquisador do Inpe José Sobral em parceria com pesquisadores de outros países.
O Spread F são irregularidades na distribuição espacial de elétrons e íons.


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