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CIÊNCIA
Pesquisadores de 11 países, além do Brasil, participam de workshop que debate fenômenos da atmosfera, até sexta-feira
Inpe tem debate mundial sobre ionosfera
JOSÉ CARLOS JÚNIOR
DA FOLHA ONLINE
Cerca de 50 pesquisadores de 11
países, além do Brasil, estão discutindo no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em
São José dos Campos, a ionosfera
-região da alta atmosfera que
apresenta íons e elétrons livres.
Participam do evento pesquisadores da Índia, Argentina, Peru,
Chile, Grécia, África do Sul, Japão,
Estados Unidos, Inglaterra, República Tcheca e Rússia.
A ionosfera é uma camada que
circunda o globo terrestre a partir
de 60 quilômetros de altura até
cerca de mil quilômetros de altura
e provoca interferências e alterações nas ondas de rádio.
O evento internacional, denominado Ionosphere Workshop,
está sendo realizado pela primeira
vez no Brasil e vai até a próxima
sexta-feira.
"A ionosfera afeta a propagação
das ondas eletromagnéticas. A finalidade do workshop é melhorar
o modelo IRI (International Reference Ionosphere)", disse o pesquisador do Inpe José Alberto Sobral.
Os pesquisadores irão revisar a
IRI, um modelo que contém dados coletados em diversas partes
do mundo sobre a ionosfera, como densidade elétrica, temperatura de elétrons, composição e
temperatura de íons e movimentação do plasma ionosférico.
A ênfase dos estudos está sendo
dada à ionosfera de baixa latitude,
na altura do equador magnético
(lugar geométrico dos pontos da
superfície da Terra em que a inclinação magnética é nula), onde
ocorrem anomalias, como o eletrojato equatorial, as bolhas de
plasma e o Spread F, que são estudados e observados pelo Inpe desde a década de 80.
"O Brasil é a região que mais
produz interferência na ionosfera
por causa da configuração do
campo magnético", disse Sobral.
O eletrojato equatorial é uma
corrente elétrica que envolve a atmosfera a cerca de cem quilômetros de altura.
A bolha de plasma foi descoberta pela primeira vez pelo pesquisador do Inpe José Sobral em parceria com pesquisadores de outros países.
O Spread F são irregularidades
na distribuição espacial de elétrons e íons.
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