São José dos Campos, Sexta, 27 de agosto de 1999

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TRANSPORTES
Empresas de ônibus da cidade admitem um reajuste inferior a 30%; medida pode atingir 12 linhas
S. José propõe corte de linha ociosa

da Folha Vale

A Secretaria dos Transportes da Prefeitura de São José está propondo o corte de horários ociosos de ônibus para conceder um reajuste menor na tarifa. As empresas, que reivindicavam aumento de 40% a 80%, já admitem reduzir o índice para 30%.
As empresas condicionam a redução à otimização das linhas e a uma ação mais forte contra os perueiros clandestinos.
"Nada impede que negociemos tarifas menores, desde que a administração faça realmente trabalhos para a otimização do sistema de transporte e para coibir a ação dos perueiros no município", afirmou o representante das três empresas, Duarte Alves Marques.
Ele disse que, se fosse considerado apenas o aumento do combustível, o reajuste deveria ser de 30%. "Se os perueiros não existissem, o reajuste seria muito menor. O valor mínimo da tarifa seria de R$ 1,30", afirmou.
A proposta da Secretaria dos Transportes é remanejar os veículos que circulam em horários menos usados por usuários e deslocá-los para linhas que apresentam maior movimento, principalmente durante o pico - pela manhã e no início da noite.
De acordo com Marques, das 69 linhas existentes na cidade, pelo menos 12 linhas estão dentro desse contexto.
O estudo realizado pela Secretaria dos Transportes para analisar alternativas ao aumento da passagem, solicitado pelo prefeito Emanuel Fernandes (PSDB), foi entregue na última terça.
As três empresas que operam no setor pediram reajustes que vão até 80%, reivindicado pela São Bento. A Capital do Vale pediu 40% e a Real, 59%. Atualmente, a tarifa custa R$ 1.

Impacto
Segundo o secretário dos Transportes, Eduardo Cury, o remanejamento de horários seria uma forma de minimizar o impacto do aumento dos custos e a queda do número de passageiros por quilômetro rodado (IPK), que aponta a produtividade das companhias.
As planilhas apresentadas à administração indicam quedas entre 14,5% e 25,4%.
Para Marques, os resultados de uma possível readequação seriam visíveis em longo prazo. "Isso poderia fazer frente a um custo menor no futuro."
A extinção de linhas supostamente deficitárias foi descartada pela prefeitura. A diferenciação dos valores das tarifas dos ônibus comuns e dos microônibus que possuem ar-condicionado também foi proposta no estudo.
O sistema de transporte urbano em São José possui 300 ônibus, que atenderam, em média, cerca de 3,8 milhões de passageiros por mês neste primeiro semestre.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que o prefeito ainda não finalizou os estudos sobre a nova tarifa. A reportagem da Folha não conseguiu entrar em contato com Emanuel até as 21h45 de ontem.



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