BETÂNIA RODRIGUES
free-lance para a Folha Vale

A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), de São José dos Campos, anunciou ontem aos 7.400 funcionários que vai conceder um aumento salarial de 7% retroativo a 1º de novembro e manterá as cláusulas sociais.
Segundo o diretor do sindicato dos funcionários da Embraer, Marco Antônio Ribeiro, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) havia proposto um aumento de 3,5% e a redução do adicional noturno de 50% para 35% do salário, mas negou a estabilidade no emprego para os acidentados.
"Foi uma vitória para a categoria, mas vamos continuar a mobilização. Queremos a redução da jornada de trabalho, a devolução dos 10% retidos do salário em 96 e o fim da repressão."
O vice-presidente para planejamento e desenvolvimento organizacional da Embraer, Horácio Forjaz, disse que essa iniciativa da empresa teve o objetivo de manter a tranquilidade no ambiente de trabalho.
"A manutenção dos benefícios sociais e o reajuste já faziam parte dos planos da empresa mesmo antes do início da campanha salarial. Nossa intenção é que os funcionários estejam concentrados unicamente na produção."
Forjaz afirmou que o sindicato não tem respaldo entre os funcionários da Embraer. Ele disse que todas as vezes em que houve atraso dos turnos foi contra a vontade da categoria.
"Eles fechavam a entrada dos portões e bloqueavam a chegada dos ônibus para fazer valer sua posição. Mas, hoje em dia não há mais lugar para esse tipo de atitude autoritária."
Os sindicalistas, no entanto, afirmam que é a empresa que usa repressão quando grava as assembléias com câmeras de vídeo.
"Vamos buscar apoio da Comissão dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e também do Previ, que hoje em dia é um dos acionistas da Embraer", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio Donizete Ferreira.


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