São José dos Campos, Quarta, 28 de outubro de 1998

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ESTRADAS
Prevista para terminar em dezembro, obra de R$ 12 mi fica para 99 devido à liberação para corte de árvores
Marginais da Dutra atrasam 5 meses

Claudio Capucho/Folha Imagem
Vista de funcionários da Serveng trabalhando em obras de marginal da rodovia Presidente Dutra, em trecho de São José


MARCELO PEDROSO
da Reportagem Local

A empresa NovaDutra vai atrasar em cinco meses a entrega das marginais da rodovia em São José dos Campos devido à demora da Secretaria de Estado do Meio Ambiente em liberar o corte de 750 árvores no trecho e ao início do período de chuvas.
Com previsão inicial de término da obra em dezembro deste ano, os trabalhos só deverão ser encerrados no início de maio do ano que vem. Orçadas em R$ 12 milhões, as marginais têm como principal objetivo aliviar o fluxo de veículos entre os quilômetros 149 e 153, na altura de São José.
Segundo a assessoria de imprensa da NovaDutra, a previsão é que 50% dos carros que normalmente usam a rodovia passem a trafegar pelas marginais. A assessoria informou que o trecho de São José e as saídas no Rio de Janeiro e em São Paulo são considerados os pontos mais perigosos de toda a extensão da rodovia.
Hoje, cerca de 80 mil veículos cruzam a Dutra diariamente. A expectativa da empresa é de um aumento de 20% no tráfego durante as festas de final de ano e nos finais de semana no período de férias.
O diretor de obras da empresa, Leonardo Vianna, afirmou que mais homens (atualmente são 50) poderão ser empregados na obra caso as condições de tempo permitam. "Esse é um dos pontos com o maior número de acidentes da rodovia. Vamos acelerar as obras se as condições permitirem."
O inspetor Luís Roberto Lencioni, da Polícia Rodoviária em São José, afirmou que o trabalho no final de ano seria mais tranquilo, caso as marginais já estivessem concluídas. "Já que vão adiar as marginais, que fechem pelo menos a saída para a zona sul de São José dos Campos, na altura do supermercado Apoio. O número de veículos já iria cair bastante."

Exigências
A coordenadora do Licenciamento Ambiental e Proteção de Recursos Naturais da secretaria estadual, Helena Von Glehn, afirmou que o período gasto para o estudo e liberação da obra foi necessário para uma série de outras avaliações, além do corte de árvores.
"A questão das árvores foi o aspecto visível da obra. Fizemos uma série de exigências que estão sendo cumpridas a contento até agora."
Segundo a coordenadora, foram avaliados aspectos de drenagem, material usado na pavimentação, impacto da obra no sistema viário do município, ruído e locais para a deposição dos materiais, entre outros. "Para se ter uma idéia, o transporte de produtos perigosos no trecho ficou condicionado à apresentação de um plano de contingência avaliado pela Cetesb."
Para o professor do Senac e especialista em trânsito, Getúlio Nascimento, as obras poderiam atingir uma extensão maior do que os cinco quilômetros. "Em termos técnicos, prevalecem muitos problemas como o meio ambiente, viadutos e falta de verbas. Em termos práticos, é um trecho muito pequeno."



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