São José dos Campos, Quarta, 28 de outubro de 1998

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ECONOMIA
'Arrastão' instituído pelo governo federal visa detectar sonegadores para aumentar a arrecadação
INSS fiscaliza 44 empresas da região

MAURÍCIO BARBOSA
da Reportagem Local

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) incluiu 44 empresas do Vale do Paraíba e litoral norte no "arrastão" instituído pelo governo federal para detectar sonegadores e, consequentemente, aumentar a arrecadação.
A dívida de empresas da região com o INSS é hoje de R$ 1.341.952,79, referentes a 263 débitos. Desse montante, R$ 1.103.418,81 são de 131 débitos da gerência de São José dos Campos, que inclui 15 municípios, entre eles Jacareí e São Sebastião.
Na gerência de São José, dez fiscais já estão trabalhando no "sistema de gerenciamento por segmentação", nome oficial do trabalho. Eles vão acompanhar 31 empresas, que não são necessariamente as mesmas que já devem ao INSS.
Outras 13 firmas pertencem à regional de Taubaté, que atende os postos do instituto de nove cidades da região, incluindo Ubatuba, Campos do Jordão e Aparecida.
Em todo o Estado, 1.486 empresas foram selecionadas para o gerenciamento. A seleção foi feita em Brasília, após o cruzamento de informações do INSS com outros tributos, como o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
"Nosso trabalho já está bastante adiantado e devemos estar enviando o relatório até o próximo dia 6", disse Rubens José Ribeiro dos Santos, gerente de arrecadação e fiscalização da gerência do INSS em São José dos Campos.
Os nomes das empresas que estão sendo visitadas pelos fiscais não foram revelados. Os trabalhos serão encerrados em dezembro e as firmas que estiverem em débito com o governo serão cobradas numa etapa posterior.
"Já estamos na reta final das visitas às empresas indicadas na nossa região, mas o acompanhamento será feito até o final do ano", explicou Jamile Abouhala Lima, gerente de arrecadação e fiscalização da regional de Taubaté.
"Só espero que o governo, na ânsia de aumentar a arrecadação, não faça da indústria o bode expiatório", disse Felipe Cury, diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
Cury acredita que o governo corre o risco de "incomodar sem necessidade" as empresas que estão com suas contribuições em dia, já que os nomes indicados para o gerenciamento não são necessariamente de inadimplentes.
O assunto deverá ser discutido hoje à noite em São José com os empresários da região, durante uma reunião com os integrantes do conselho do Ciesp.
A assessoria de imprensa do INSS em São Paulo informou que os valores das sonegações constatadas serão cobrados primeiramente na esfera administrativa. Caso o governo não obtenha sucesso, a dívida será cobrada na Justiça.



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