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ECONOMIA
'Arrastão' instituído pelo governo federal visa detectar sonegadores para aumentar a arrecadação
INSS fiscaliza 44 empresas da região
MAURÍCIO BARBOSA
da Reportagem Local
O INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) incluiu 44 empresas
do Vale do Paraíba e litoral norte
no "arrastão" instituído pelo governo federal para detectar sonegadores e, consequentemente, aumentar a arrecadação.
A dívida de empresas da região
com o INSS é hoje de R$
1.341.952,79, referentes a 263 débitos. Desse montante, R$
1.103.418,81 são de 131 débitos da
gerência de São José dos Campos,
que inclui 15 municípios, entre eles
Jacareí e São Sebastião.
Na gerência de São José, dez fiscais já estão trabalhando no "sistema de gerenciamento por segmentação", nome oficial do trabalho.
Eles vão acompanhar 31 empresas,
que não são necessariamente as
mesmas que já devem ao INSS.
Outras 13 firmas pertencem à regional de Taubaté, que atende os
postos do instituto de nove cidades
da região, incluindo Ubatuba,
Campos do Jordão e Aparecida.
Em todo o Estado, 1.486 empresas foram selecionadas para o gerenciamento. A seleção foi feita em
Brasília, após o cruzamento de informações do INSS com outros tributos, como o FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço).
"Nosso trabalho já está bastante
adiantado e devemos estar enviando o relatório até o próximo dia 6",
disse Rubens José Ribeiro dos Santos, gerente de arrecadação e fiscalização da gerência do INSS em São
José dos Campos.
Os nomes das empresas que estão sendo visitadas pelos fiscais
não foram revelados. Os trabalhos
serão encerrados em dezembro e
as firmas que estiverem em débito
com o governo serão cobradas numa etapa posterior.
"Já estamos na reta final das visitas às empresas indicadas na nossa
região, mas o acompanhamento
será feito até o final do ano", explicou Jamile Abouhala Lima, gerente de arrecadação e fiscalização da
regional de Taubaté.
"Só espero que o governo, na ânsia de aumentar a arrecadação, não
faça da indústria o bode expiatório", disse Felipe Cury, diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
Cury acredita que o governo corre o risco de "incomodar sem necessidade" as empresas que estão
com suas contribuições em dia, já
que os nomes indicados para o gerenciamento não são necessariamente de inadimplentes.
O assunto deverá ser discutido
hoje à noite em São José com os
empresários da região, durante
uma reunião com os integrantes
do conselho do Ciesp.
A assessoria de imprensa do
INSS em São Paulo informou que
os valores das sonegações constatadas serão cobrados primeiramente na esfera administrativa.
Caso o governo não obtenha sucesso, a dívida será cobrada na Justiça.
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