São José dos Campos, Quinta-feira, 29 de Junho de 2000


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ECONOMIA
Dinheiro do Estado financia pesquisa e infra-estrutura; Embraer deve levar 14 empresas à região de Ribeirão
SP paga R$ 137 mi por pólo aeroespacial

EVANDRO SPINELLI
ENVIADO ESPECIAL A SÃO PAULO

O governo do Estado vai investir R$ 136,9 milhões para manter a Embraer e o pólo aeroespacial na cidade de Gavião Peixoto, na região de Araraquara.
Além da fábrica de aviões, mais 14 fornecedoras de peças e equipamentos também foram convidadas pelo governo do Estado para se instalar na mesma região da nova fábrica da Embraer.
O anúncio da nova fábrica foi feito ontem pelo governador Mário Covas (PSDB) em solenidade realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Além dos US$ 60 milhões (R$ 109,2 milhões) que serão usados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para financiar projetos de pesquisa e do terreno de 600 alqueires que será doado à Embraer, o governo paulista vai gastar ainda mais R$ 27,7 milhões apenas em infra-estrutura.
A fábrica de aviões, que tem sede em São José dos Campos, também vai investir outros US$ 60 milhões em pesquisas, além de US$ 150 milhões para erguer a nova unidade de produção.
Segundo o governador, a região de Araraquara vai ter um enorme afluxo de empresas, o que justifica o investimento.
"Não demos nenhuma vantagem para a Embraer, mas se fosse preciso, eu daria", disse o governador durante a solenidade.
O presidente da Embraer, Maurício Botelho, disse que a nova fábrica vai gerar 3.000 novos empregos ao longo de cinco anos.
Além disso, as 14 fornecedoras devem empregar mais 1.500 pessoas.

São José
Botelho garantiu também que os empregos gerados pela Embraer em São José dos Campos, onde está instalada a matriz da fábrica de aviões, serão ampliados e não reduzidos, como teme o Sindicato dos Metalúrgicos.
Atualmente, a Embraer mantém em São José cerca de 9.000 empregados. Ao longo de cinco anos, esse número deve subir para 12 mil, segundo ele.
Na fábrica de Gavião Peixoto, que começará a funcionar no final do próximo ano, serão feitos testes de aeronaves e a complementação dos aviões militares produzidos em São José.
Haverá ainda um centro permanente de manutenção, e será construída uma pista de testes de cinco quilômetros de extensão.
Essa é a quarta unidade da Embraer no país. Outras duas estão instaladas em São José e uma terceira fica em Botucatu.
Covas disse ontem que espera um negociação amigável com os proprietários da área onde será construída a nova fábrica.
No entanto o governador foi taxativo sobre a intenção de ocupar a área. "Se for feita a negociação, será. Senão, será feita a desapropriação das terras."


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