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QUALIDADE DE VIDA
Índice de 18% registrado na região pela Seade supera a região metropolitana de São Paulo
Desemprego no Vale é o maior de SP
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
da Folha Vale
O Vale do Paraíba registrou o
maior índice de desemprego em
todo o Estado de São Paulo. De
acordo com a PCV-98 (Pesquisa
de Condições de Vida) da Seade,
18% da população economicamente ativa estava sem emprego
no ano passado. O número é superior ao registrado na região metropolitana de São Paulo, onde
17,3% estavam desempregados.
A PCV-98 foi concluída ontem,
com a divulgação dos dados referentes à região metropolitana de
São Paulo.
A pesquisa da Seade (Fundação
Sistema Estadual de Análise de
Dados) detecta, além do nível de
emprego, os indicadores relativos
à educação, violência e renda familiar da população.
Os números do interior do Estado foram divulgados pela Seade
em maio deste ano.
No Vale do Paraíba, foram pesquisadas as cidades com mais de
50 mil habitantes (Caçapava, Cruzeiro, Guaratinguetá, Jacareí, Lorena, Pindamonhangaba, São José dos Campos e Taubaté).
O índice de desemprego do Vale
do Paraíba superou a média do
interior (15,6%) e nas outras regiões do Estado -central
(13,8%), leste (15,1%), Santos
(17,6%), norte (15,4%) e oeste
(15,6%).
Para Sinésio Pires Ferreira, gerente de análise socioeconômica
da Seade, a explicação para o Vale
do Paraíba ter superado a região
metropolitana em desemprego
está na opção pela atividade industrial.
"A proporção da indústria na
estrutura de emprego do Vale é
muito expressiva, principalmente
das grandes empresas. São exatamente esses setores que mais exigem na hora de admitir e que menos vagas de emprego têm gerado
nos últimos anos", disse.
A opinião é compartilhada pelo
vice-presidente da Associação
Comercial e Industrial de São José, Cristóvão Cursino.
"Falta treinamento para qualificar mais o trabalhador, já que as
empresas estão exigindo cada vez
mais", afirmou.
Outra constatação da pesquisa é
que o Vale lidera o desemprego
na faixa etária de 25 a 39 anos -
14,6% contra 13,8% da região metropolitana-, faixa responsável
pelo segundo maior número de
pessoas empregadas.
Segundo Ferreira, 75,7% dos
trabalhadores entre 25 e 39 anos
estão empregados, percentual
abaixo apenas da faixa entre 18 e
24 anos (77,2%).
"O núcleo do mercado é composto pelas faixas entre 18 e 39
anos."
Para o presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de São José dos
Campos, Antonio Donizete Ferreira, um dos problemas do Vale é
estrutural, pois a região abriga
empresas de alta tecnologia.
Há um ano, A General Motors
de São José, por exemplo, empregava 11 mil funcionários. Hoje está com 8.700.
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