São José dos Campos, Quarta-feira, 29 de Setembro de 1999

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QUALIDADE DE VIDA
Índice de 18% registrado na região pela Seade supera a região metropolitana de São Paulo
Desemprego no Vale é o maior de SP

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
da Folha Vale

O Vale do Paraíba registrou o maior índice de desemprego em todo o Estado de São Paulo. De acordo com a PCV-98 (Pesquisa de Condições de Vida) da Seade, 18% da população economicamente ativa estava sem emprego no ano passado. O número é superior ao registrado na região metropolitana de São Paulo, onde 17,3% estavam desempregados.
A PCV-98 foi concluída ontem, com a divulgação dos dados referentes à região metropolitana de São Paulo.
A pesquisa da Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) detecta, além do nível de emprego, os indicadores relativos à educação, violência e renda familiar da população.
Os números do interior do Estado foram divulgados pela Seade em maio deste ano.
No Vale do Paraíba, foram pesquisadas as cidades com mais de 50 mil habitantes (Caçapava, Cruzeiro, Guaratinguetá, Jacareí, Lorena, Pindamonhangaba, São José dos Campos e Taubaté).
O índice de desemprego do Vale do Paraíba superou a média do interior (15,6%) e nas outras regiões do Estado -central (13,8%), leste (15,1%), Santos (17,6%), norte (15,4%) e oeste (15,6%).
Para Sinésio Pires Ferreira, gerente de análise socioeconômica da Seade, a explicação para o Vale do Paraíba ter superado a região metropolitana em desemprego está na opção pela atividade industrial.
"A proporção da indústria na estrutura de emprego do Vale é muito expressiva, principalmente das grandes empresas. São exatamente esses setores que mais exigem na hora de admitir e que menos vagas de emprego têm gerado nos últimos anos", disse.
A opinião é compartilhada pelo vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de São José, Cristóvão Cursino.
"Falta treinamento para qualificar mais o trabalhador, já que as empresas estão exigindo cada vez mais", afirmou.
Outra constatação da pesquisa é que o Vale lidera o desemprego na faixa etária de 25 a 39 anos - 14,6% contra 13,8% da região metropolitana-, faixa responsável pelo segundo maior número de pessoas empregadas.
Segundo Ferreira, 75,7% dos trabalhadores entre 25 e 39 anos estão empregados, percentual abaixo apenas da faixa entre 18 e 24 anos (77,2%).
"O núcleo do mercado é composto pelas faixas entre 18 e 39 anos."
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio Donizete Ferreira, um dos problemas do Vale é estrutural, pois a região abriga empresas de alta tecnologia.
Há um ano, A General Motors de São José, por exemplo, empregava 11 mil funcionários. Hoje está com 8.700.


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