São José dos Campos, Quarta-feira, 29 de Setembro de 1999

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Região é a terceira mais violenta

CRISTINA LIMA MARTINS
free-lance para a Folha Vale

O Vale do Paraíba é a terceira região do Estado com o maior número de vítimas de roubo ou furto, perdendo apenas para as áreas metropolitanas de Santos e Grande São Paulo.
A pesquisa da Seade aponta que 5,6% da população do Vale já foi vítima desses tipos de crime pelo menos uma vez, contra 6,8% em Santos e 6,6% em São Paulo.
Segundo o coordenador da pesquisa, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, os números confirmam a tese de que roubo e furto são fenômenos que predominam em cidades de médio e grande portes, cujos índices de industrialização e investimentos são altos.
"O acúmulo de dinheiro gera desigualdade social, devido às disparidades na distribuição da renda. Isso leva, consequentemente, ao aumento da criminalidade".
Lima afirma que, por se tratar do primeiro estudo do tipo realizado pela Seade, não é possível afirmar se o número de ocorrências é alarmante ou não.
Só será possível responder a essa pergunta quando for realizada outra amostragem, o que deve acontecer dentro de quatro anos.
O sociólogo acredita, no entanto, que a situação não está fora de controle. "Os desafios são grandes, mas a sensação de insegurança instalada entre a população faz com que o problema pareça pior do que é."

"Guerra"
Mesmo com os índices de furto e roubo próximo aos da capital, Roberto Monteiro de Andrade Júnior, delegado-seccional de São José dos Campos, acredita que a polícia ainda não tenha perdido a "guerra contra o crime".
Para ele, a população local não precisa ficar alarmada.
"A polícia está combatendo a criminalidade. Ainda temos o controle da situação", afirmou o delegado.
Já o comandante da PM em São José dos Campos, tenente-coronel Celso Carlos de Camargo, diz que embora não seja alarmante, a estatística da Seade vai ser levada em conta para a intensificação do policiamento voltado ao combate desses crimes.
"Estamos em uma região que faz fronteira com as periferias do Rio de Janeiro e de São Paulo, o que agrava o nosso problema. Mas nós vamos tentar reverter esse quadro."


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