DA FOLHA VALE

Um convênio entre a Prefeitura de Potim e a delegacia de Aparecida autorizou neste mês a contratação de dez detentos, que estão cumprindo pena em regime semi-aberto na cadeia da cidade, para o trabalho no serviço público municipal.
O acordo informal com a delegacia já existia há cerca de um ano, mas em janeiro foi oficializado pelo Estado por portaria no Diário Oficial.
Os presos são contratados para realizar atividades no setor de obras e limpeza e também são emprestados pela prefeitura para prestar serviços de jardinagem e manutenção na Santa Casa de Aparecida.
Os detentos que trabalham para a prefeitura recebem um salário mínimo, cesta básica e a cada três dias trabalhados é descontado um dia da pena que têm a cumprir.
O prefeito de Aparecida, João Benedito Angelieri (PSB), disse que por meio do convênio com a polícia foi possível a reforma da delegacia, da rotatória, a construção de salas de aula e a finalização do centro poliesportivo.
Atualmente, dez detentos trabalham durante o dia na prefeitura e retornam à noite para a delegacia. Mas a cidade já empregou cerca de 20 presos do regime semi-aberto.
Ao finalizar o cumprimento da pena, os ex-detentos são substituídos por outros presos da Cadeia de Aparecida.
Angelieri disse que a contratação dos detentos tem um custo baixo e tem sido vantajosa para a prefeitura. A principal razão é a ausência de encargos sociais e despesas com a alimentação.
Segundo ele, só há vantagens no convênio que consegue não onerar a prefeitura e ainda reintegrar os presos à sociedade.
"Se eles (os presos) trabalham, não ficam mais ociosos na detenção pensando besteira e não praticam mais crimes", disse.
O prefeito disse que a idéia para a contratação dos presos já existia e foi possível por meio de acordo autorizado pelo juiz de Aparecida Valter Emílio.
O delegado e diretor da cadeia do município, Anísio Gaudioli, também aprovou o projeto e disse que o convênio com a prefeitura está estimulando outros presos do regime semi-aberto a buscarem atividades fora da detenção.
Segundo ele, a remuneração pelo trabalho e a redução da pena são os principais fatores reivindicados pelos presos para a escolha para os trabalhos.
"Eles realizam tarefas simples, mas valorizam essa oportunidade e dão exemplo para outros detentos", disse o delegado.
Outro fato apresentado pelo delegado é que, se os detentos trabalham foram da unidade e só voltam para pernoitar, a cadeia de Aparecida, que tem capacidade para 36 detentos, mas abriga 96, tem a situação de superpopulação amenizada.


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