ROGER MARZOCHI
da Reportagem Local

A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) estuda formar alianças estratégicas internacionais para garantir crédito à produção de aeronaves e obter cooperação tecnológica. A empresa vem estudando acordos de cooperação com a francesa Dassault Aviation, a sueca Saab e a norte-americana Boeing. A informação é do diretor de assuntos corporativos da Embraer, Gilberto Galan. O diretor disse que a empresa está preocupada com o reflexo da crise econômica mundial sobre seus maiores clientes. Uma cooperação internacional pode ampliar as formas de captação de crédito para financiamento da produção. "Existe a preocupação com uma possível restrição ao crédito no Brasil. Além disso, você não sabe os efeitos da crise em nossos clientes", disse. A empresa tem hoje uma carteira de vendas de US$ 4 bilhões no mercado da aviação regional, com contratos a serem cumpridos nos próximos dois anos. "Precisamos garantir as entregas e programar a longo prazo. É necessário pensar o que fazer para depois da crise", disse. Para Galan, as recentes fusões de empresas como o caso da Fairchild, que comprou a alemã Dornier, e a quebra da Fokker indicam que o mercado caminha para uma concentração. "A diferença é que hoje podemos falar em igualdade de condições. Precisamos preparar a empresa para essa realidade com cooperação internacional", disse.

Repercussão
A agência de notícias espanhola EFE divulgou ontem que a Saab estaria negociando a fusão da empresa com a Embraer. O diretor de comunicação da empresa, Lars Jagerfelt, confirmou a conversa sobre o assunto com a Embraer. Na terça-feira da semana passada, foi divulgado que a Dassault poderia comprar a Embraer. "Não existe nada nesse sentido. O que há é o interesse que a Embraer tem em parcerias com empresas internacionais", disse. A assessoria de imprensa do Bozano, Simonsen, que detém 28,97% do capital votante da empresa, negou as informações sobre uma possível venda da empresa.

Negócios
Com os contratos de entrega de aeronaves já existentes, a empresa espera exportar neste ano US$ 1,2 bilhão. Em 97, a Embraer exportou US$ 641 milhões, enquanto em 96 foram US$ 272 milhões. Com o novo contrato com a Regional Airlines, fechado na semana passada, a empresa espera exportar US$ 1,4 bilhão. Com os contratos de entrega de aeronaves já existentes, a empresa espera exportar neste ano US$ 1,2 bilhão. Em 97, a empresa exportou US$ 641 milhões, enquanto em 96 foram US$ 272 milhões. A Regional Airlines comprou cinco ERJ-145, com capacidade para 50 passageiros, e cinco ERJ-135, com 37 lugares.


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